terça-feira, 30 de junho de 2009

Participação das Famílias na Escola

As Associações de Pais em Espanha

Síntese dos resultados de um estudo de investigação de Jordi Garreta Bachaca, do Departamento de Geografia e Sociologia da Universidade de Lleida, Espanha

Apresentação e metodologia da investigação

O Movimento associativo de Pais cresceu de forma notável em Espanha desde os anos setenta e, apesar dos seus problemas, não deixa de renovar-se e mostrar iniciativa, já que é formado por famílias que têm um objectivo prioritário: A melhoria da educação dos seus filhos através de, entre outras coisas, o seu envolvimento nas Escolas.

Com o presente estudo, fruto do nosso interesse, desde há vários anos, na participação das famílias na Escola, pretendemos conhecer, numa perspectiva metodologicamente plural, o movimento associativo de Pais, através da Confederação Espanhola das Associações de Pais (CEAPA), onde se encontram representadas o maior número de Associações de Pais. Este movimento que se foi afirmando desde os anos setenta com os seus altos e baixos, representa a forma de participação colectiva de que dispõem os Pais nas Escolas e ao mais alto nível da Administração Educativa. E embora não seja esta a única forma de participação na Escola, é a mais visível e institucionalizada, pelo que o conhecimento da sua dinâmica organizativa (confederações, federações e associações), das suas dificuldades, das suas necessidades, nos vai servir de indicador na avaliação do relacionamento das Famílias com a Escola.

Metodologicamente, neste trabalho definem-se três fases: uma teórica e de análise da legislação, outra qualitativa (grupos de discussão com a presença dos representantes dos diferentes níveis da estrutura organizativa da CEAPA) e uma quantitativa (questionário aos representantes das Associações de Pais) que tem uma sub fase de realização de entrevistas documentais para a concepção do questionário.

Nota:
O nosso trabalho empírico consistiu, na constituição de cinco grupos de discussão, num total de 38 pessoas dos diferentes níveis de organização da CEAPA. Concretamente, criou-se um grupo de discussão com representantes da Confederação, outro com representantes da Federação da Catalunha, outro com representantes da Federação da Província de Lleida e dois com representantes de Associações (uma de um Jardim de Infância e Escola Primária da Catalunha e outro de um Instituto de Aragão).
A fase quantitativa da investigação iniciou-se com a realização de dez entrevistas documentais, para ajudar-nos na concepção dos questionários, tendo sido completadas por todos os entrevistados. Entrevistamos um total de 594 pessoas representativas da maioria das comunidades autónomas espanholas (com excepção de Múrcia, País Basco, Ceuta e Mélila), distribuídas proporcionalmente por províncias às associações de Pais da CEAPA de uma forma aleatória. A amostra mais desfavorável p=q=50% com um grau de fiabilidade de 95,5% apresenta um erro de amostragem de mais ou menos 4.


Síntese das Conclusões

A legislação espanhola foi dando passos, umas vezes mais do que outras, fazendo o reconhecimento da intervenção das famílias na escolaridade dos seus filhos, mas mantendo sempre a relação de desequilibro de poder na negociação e limitando o reconhecimento do seu papel. A forma mais visível, embora não seja a única (já que por vezes esquecemos outras formas de intervenção, não tão coincidentes com a organização, mas também muito importantes) de participação no projecto escolar dos nossos filhos na Escola faz-se através das Associações de Pais, que, desde 1964 com a Lei das Associações e, especialmente com a lei Geral da Educação de 1970, que fazia finca-pé nos direitos e deveres das famílias e na necessidade de constituição das Associações de Pais, se foi melhorando. De acordo com o que nos foi transmitido pelos representantes da CEAPA, durante esses anos o Movimento foi-se reforçando pela necessidade de potenciar um ensino público de qualidade, laico e gratuito e pela procura de formas de participação nos últimos anos do franquismo. Posteriormente, durante a transição democrática e com a institucionalização das formas de participação e representação politica, o Movimento Associativo de Pais foi ganhando representatividade institucional, embora tenha visto diminuída a sua via reivindicativa que tão bons resultados havia produzido nos anos anteriores e que unia o MAP. A um maior reconhecimento social e institucional contrapõe-se uma perda de vitalidade, entusiasmo e envolvimento directo.

Nos anos 80 e nos primórdios de 90, embora se tenha reduzido a pressão demográfica sobre o sistema educativo, não se vislumbravam melhorias na qualidade de ensino mas com o inicio da estratégia de racionalização económica as Associações de Pais passam a ter um papel importante levando à sua proliferação, ao terem de gerir os refeitórios e as actividades extracurriculares, não obstante verem reduzido o seu papel reivindicativo. Em 1985 é aprovada a Lei Orgânica do Direito à Educação, que estabelece as bases da forma de participação das famílias para os anos seguintes.

É a partir de meados dos anos 90 (altura em que foi aprovado o LOPEG, que insiste na participação das famílias e, em especial, na sua participação no funcionamento das Escolas através das Associações de Pais) quando o impacto da imigração ultrapassa todas as previsões no que respeita a necessidades educativas pondo uma enorme pressão sobre o sistema de ensino, que os objectivos até aí tão esquecidos de qualidade, gratuitidade e laicidade recuperam a sua razão de ser.

Neste contexto, e tendo em consideração os resultados da fase qualitativa (grupos de discussão), os principais desafios para o futuro a enfrentar pelo movimento das famílias são:

- Aumentar a participação, especialmente, incorporando as famílias de origem Imigrante
- Definir objectivos comuns prioritários
- Levar a cabo e influenciar a politica educativa

Os resultados do nosso estudo indicam que a primeira prioridade é a melhoria da participação dos Pais e das Mães nas Escolas, já que se pode claramente melhorar, como se demonstra em seguida, que é condicionante de como e quem define os objectivos comuns (de uma parte das famílias para a totalidade) e do reconhecimento e influência da organização na política educativa.

- As famílias inscritas nas AP’s representam 57,5% das existentes
- Assistem às actividades das AP’s 32% das famílias
- Assistem às reuniões, convocadas pelas AP, em média, 18,3% das famílias
- Estão envolvidas na organização das AP cerca de 4% das Famílias

A necessidade de potenciar a participação das famílias é corroborada, quando ao questionar os representantes associativos sobre as dificuldades de funcionamento das AP, nos é apontada, de forma clara, a baixa participação dos Pais. E isso trás à baila outro tema a trabalhar - a relação com os órgãos de gestão e os docentes.

Tabela 1
Dificuldades de Funcionamento das APs %

Reduzida inscrição das Famílias nas AP’S 39,6
Reduzidas participação dos Pais nas reuniões convocadas 85,5
Reduzidas participação dos Pais nas actividades organizadas 55,6
Reduzidas participação nas Escolas de Pais 35,5
Apoio insuficiente dos Conselhos Executivos 17,5
Apoio insuficiente dos Professores 24,9
Poucos alunos 1,2
Número exagerado de alunos 0,5
Pouco interesse na educação dos filhos 2,4
Falta de motivação dos Pais 8,8
Insuficiente apoio económico 5,2
Falta de tempo 2,5
Pouco relacionamento coma equipa de docentes 2,4
Outras 3,4
Nenhuma 1,2
Não sabe / não responde 2,4


A participação, não é pois homogénea. Há uma tendência para se ser mais participativo, quando os filhos são mais pequenos, nos graus de ensino infantil e primário, quando há contacto constante entre todos os elementos da turma, para se ir distanciando progressivamente à medida que os filhos crescem e diminui o contacto com o grupo e com a Escola. Mas também é certo, quando se estabelecem canais de comunicação entre os Pais, alguns hábitos e uma estrutura participativa, esta tende a manter-se e é relativamente mais fácil a sua participação no Secundário, embora em menor número.

Para além disso é também menor a participação das famílias de origem imigrante. Um inquérito feito ás organizações de Pais sobre a participação das famílias de origem imigrante, deu os seguintes resultados:
As famílias de origem comunitária são as mais participativas com uma taxa de 2,25%, seguidas a pouca distância pelas latino-americanas com 2,17%, do leste europeu com 1,82%, subsaharianas 1,79%, do Magrebe 1,69% e em último lugar as famílias ciganas
Estes números não são só fruto da origem das famílias, embora seja a mais visível, mas também da sua experiência escolar anterior, do nível educacional dos Pais, do conhecimento do sistema educativo, das suas expectativas, das suas atitudes... o que condiciona a forma como vêem a Escola e nela participam.

Estando cada vez mais conscientes deste problema, as Associações actuam através da realização de acções de carácter informativo sobre as AP’s e a Escola e também através da realização de jornadas ou semanas culturais, que acabam por ser um recurso frequentemente utilizado pelas Escolas, que tendo em conta a diversidade da procedências dos seus alunos, procuram a participação das Famílias de origem imigrantes nas suas actividades.

Tabela 2
Acções realizadas para promover a participação de imigrantes %

Não são necessárias 1,4
Nenhumas 0,7
Nenhuma específica 9,6
É difícil (pela atitude) 0,7
Informação sobre a Associação de Pais 26
Informação sobre a Escola 26
Entrevistas com as Famílias 9,6
Projectos Concretos 9,6
Trabalhos com Associações de imigrantes 1,4
Mediador 6,2
Assistente Social 4,1
Jornadas ou semanas interculturais 36,3
Plano de acolhimento 2,7
Outras 8,2
Aulas de acolhimento / aulas de idiomas 8,9
Não sabe / não responde 7,5


Por tudo isto, potenciar a participação de todas as famílias (e, em especial, as famílias de origem imigrante), melhorar a informação e, particularmente, a comunicação, sensibilizar para a necessidade de participação e ensinar como devem fazê-lo as famílias e os professores, são as prioridades para conseguir algo, que parece ser aceite por todos: a redução das distâncias entre duas instituições – Família e Escola – que em vez de trabalharem sobre um projecto comum, por vezes se preocupam mais em defender os seus interesses particulares.

Para além disso, como indicava a tabela 1, a estrutura das Escolas e a postura das equipas Directivas e de Professores podem condicionar a participação dos Pais na Escola. Esta postura pode ser mais ou menos favorável e apoiar ou dificultar o trabalho das AP’s. Embora as actividades das AP’s sejam reconhecidas por lei, a diversidade de situações existentes nas Escolas, faz com que as suas possibilidades de actuação e os seus resultados sejam diferentes. O apoio insuficiente, indicado anteriormente, de algumas equipas directivas ou em especial de alguns professores, pode ficar a dever-se ao facto de alguns professores pensarem que as AP’s pretendem fiscalizar o seu trabalho, restringir os seus direitos laborais ou intrometer-se em assuntos que não são da sua competência.

Por último abordar um dos pilares do movimento e, ao mesmo tempo, uma das suas debilidades que é a sua contínua renovação. Constantemente entram famílias e saem outras, um fluxo de novas ideias e pontos de vista que permitem um contacto com uma nova realidade que necessita de respostas renovadas. Mas a renovação contínua, comporta um perigo que é a perda da experiência acumulada, pelo que há que transmitir aos novos elementos conhecimentos mínimos, de modo a garantir que a renovação seja positiva. De facto, a falta de mecanismos de transmissão de conhecimento em algumas AP’s, a falta de Pais e Mães que consigam e queiram dedicar o seu tempo a trabalhar voluntariamente nas tarefas atribuídas às AP’s, bem assim como a existência de alguns Pais que não colaboram mas beneficiam do trabalho das AP’s (os penduras), dificulta a sua concretização.

Em síntese, reforçar o Movimento com a entrada de um maior número de famílias, privilegiar a democracia interna e a defesa dos reais interesses das famílias, reforçar os laços de união sem esquecer as funções actuais das Associações (…) são aspectos chave para o desenvolvimento do Movimento Associativo de Pais que deve seguir em frente com o objectivo de garantir uma educação de qualidade para os seus filhos, isto é, regressar à reivindicação sem esquecer a necessária gestão de serviços.

Plano Vodafone para as associações filiadas na CONFAP

A CONFAP, ao aderir às comunicações de voz e Internet da rede Vodafone, estabeleceu com a Cortec, agente desta empresa, um protocolo com condições especiais para as suas associações filiadas e que são as seguintes:

Desconto de 25% nos planos profissionais e empresariais (podê-los-ão consultar em :

http://www.empresas.vodafone.pt/tarifarios/vozroaming/

tecla Ctrl e click no botão direito do rato, para aceder), desde que:

- Sejam associados da CONFAP;

- Sendo clientes Vodafone tenham no mínimo 50% da conta livre;

- Qualquer associado TMN e Optimus;

- Que não tenham nenhuma proposta de outro Agente Vodafone, registada.

Segue em anexo a apresentação da Cortec Mobile, com os respectivos contactos, que poderão ser estabelecidos pelas APs sem qualquer compromisso.

Confap 30CONFAP - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS

Rua Carlos José Barreiros, N.° 16 Cave

1000-088 LISBOA

Telefone: 218 471 978 - Fax: 218 471 980

E-mail: geral@confap.pt Site: www.confap.pt

segunda-feira, 29 de junho de 2009


Delegação Regional do Alentejo da CONFAP


De acordo com o Artigo 4.º, ponto 2, dos Estatutos da CONFAP, realizou-se, no dia 27 de Junho do corrente ano, em Beja, uma reunião plenária de APs do Alentejo para instalação da Delegação Regional da CONFAP da Zona Educativa do Alentejo (distritos de Portalegre, Évora, Beja e alguns concelhos de Setúbal).



Esta Delegação, a primeira a ser constituída, é coordenada por António Zacarias, presidente da Direcção da FAPDIB - Federação das APs do Distrito de Beja. Na agenda de trabalho, como uma das primeiras acções, está o pedido de reunião que vai ser feito ao Director Regional de Educação do Alentejo para apresentação da Delegação e institucionalização de relações.

Na reunião as APs salientaram, como primeira prioridade, a necessidade de reactivar e dinamizar as associações e a participação dos pais nas mesmas; o financiamento das associações para o desenvolvimento das suas actividades; o empenho do movimento associativo e da sua Confederação, a CONFAP, numa postura de independência perante os órgãos do poder e de pugnar por um efectivo relacionamento e solidariedade entre os pares da comunidade educativa; propor ao conselho executivo da Confederação a realização do próximo Encontro Nacional de APs desta vez no Sul do País, designadamente na cidade de Beja.

O CE da CONFAP
António Amaral
(vice-presidente)

Lisboa, 29 de Junho de 2009

Cinco escolas obtém classificação
máxima
na avaliação externa



Até ao momento já foram identificadas cinco escolas que obtiveram a classificação máxima, de Muito Bom, em todos os parâmetros considerados, desde o início da operação em 2005/2006.

A Confap divulga neste dossier as escolas e as suas práticas, reconhecendo o mérito das lideranças e o empenho dos seus docentes e restante comunidade envolvida no sucesso dos seus projectos educativos.


Estas escolas são:


a Escola Secundária Quinta das Palmeiras, na Covilhã;

a Escola Secundária com 3.º Ciclo Alberto Sampaio, em Braga;

a Agrupamento de Escolas Santa Catarina, nas Caldas da Rainha;

a Escola Secundária Leal da Câmara, em Rio de Mouro;

e o Agrupamento de Escolas Gualdim Pais, em Tomar.


(clique no nome da escola para seguir o dossier)



O processo de avaliação externa de escolas, abrangerá todos os estabelecimentos de ensino público, com o objectivo de desenvolver uma cultura e uma prática de avaliação em todo o sistema educativo.

O alargamento da avaliação externa a todo o sistema de ensino, essencial para promover a responsabilização e a prestação regular de contas, vai ser atingido no ano lectivo de 2010/2011, a partir do qual as escolas passam a ser avaliadas de quatro em quatro anos.

Para dar início a este processo, o ME constituiu o Grupo de Trabalho de Avaliação das Escolas, em 2005/2006, liderado por Pedro Guedes de Oliveira, com o intuito de estudar e propor um modelo de avaliação externa das escolas.

Os agrupamentos e as escolas que já tinham desenvolvido anteriormente um processo formal de auto-avaliação foram convidados a apresentar uma candidatura a esta fase-piloto, tendo sido seleccionadas 24 unidades de gestão.


Quadro de referência para a avaliação externa


Após esta fase-piloto, o grupo de trabalho apresentou um quadro de referência para a avaliação externa das escolas, que privilegia cinco domínios, a partir dos quais procura encontrar resposta para cinco questões:

1. Resultados: Como conhece a escola os resultados dos seus alunos, quais são e o que faz para os garantir?

2. Prestação do serviço educativo: Para obter esses resultados, que serviço educativo presta a escola e como o presta?

3. Organização e gestão escolares: Como se organiza e é gerida a escola para prestar esse serviço educativo?

4. Liderança: Que lideranças tem a escola e que visão estratégica está por trás da organização e da gestão?

5. Capacidade de auto-regulação e progresso da escola: Como garante a escola o controlo e a melhoria deste processo?


Este modelo de avaliação externa concretiza-se através de visitas às escolas com uma duração de dois a três dias, realizadas por uma equipa de avaliação constituída por três avaliadores com valências diversificadas, de modo a garantir uma visão mais abrangente do processo.


Em 2006/2007, a avaliação prosseguiu, já sob a responsabilidade da Inspecção-Geral da Educação (IGE), que, para o efeito, se apoiou no modelo construído pelo referido grupo de trabalho e na experiência adquirida durante a fase-piloto.

Para esta segunda fase, foram convidadas as escolas que se tinham candidatado a integrar o projecto-piloto de avaliação, mas não tinham sido seleccionadas, tendo 100 integrado esta fase do processo.

Em 2007/2008, a IGE deu continuidade ao processo de avaliação externa das escolas, tendo avaliado mais 273 escolas e agrupamentos de escolas.




Escolas classificadas com Muito Bom em todos os domínios
na avaliação externa


Ano Lectivo
Escola
Concelho
2005/2006
(fase-piloto)

Escola Secundária com 3.º Ciclo Quinta das Palmeiras
Covilhã
2006/2007
Escola Secundária Alberto Sampaio
Braga
Agrupamento de Escolas de Santa Catarina
Caldas da Rainha
Escola Secundária Leal da Câmara
Rio de Mouro
2007/2008
Agrupamento de Escolas Gualdim Pais
Tomar


No presente ano lectivo, são 291 os agrupamentos e as escolas em avaliação.


Destes, 205 candidataram-se em resposta ao convite lançado pela IGE, 17 inserem-se no programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária e 69 foram indicação da IGE, com anuência da direcção da escola.

De acordo com as previsões da IGE, em 2009/2010 serão avaliadas cerca de 300 escolas, concluindo-se o ciclo em 2010/2011.

O programa de avaliação externa das escolas abrangerá cerca de 290 unidades de gestão por ano, o que permitirá que as escolas sejam avaliadas de quatro em quatro anos.

A avaliação externa pretende fomentar nas escolas uma interpelação sistemática sobre a qualidade das suas práticas e dos seus resultados, promovendo a articulação com os dispositivos de auto-avaliação, de modo a contribuir para a melhoria do serviço público de educação.
as escolas com classificação máxima na avaliação externa


Escola Secundária Quinta das Palmeiras:
Ser um dia para um dia ser


Filme em http://www.min-edu.pt/np3/3545.html



Gonçalo nunca tinha tido uma experiência como esta que a Escola Secundária Quinta das Palmeiras e o Intermarché da Covilhã lhe proporcionaram. Há dois anos, agarrou o desafio do projecto “Ser um dia para um dia ser”, através de um estágio de transição para a vida activa. Nunca mais o esqueceu.


Colocava ordeiramente os produtos nas prateleiras do supermercado todos os dias. Massas, arroz, enlatados, fruta, legumes. Com alguma nostalgia, voltou a exemplificar essas mesmas rotinas. Fez amigos novos, conta, sem resistir ao som da música que corre na grande superfície onde trabalhou há dois anos.

Gonçalo tem 21 anos e é um aluno com necessidades educativas especiais de carácter permanente que beneficiou das vantagens deste projecto, uma “invenção” de um estágio pré-profissional, a partir do despiste dos interesses, das necessidades, das aptidões e dos gostos pessoais dos alunos com currículos alternativos e com necessidades educativas especiais de carácter permanente.

Nas palavras do presidente do conselho executivo, João Paulo Mineiro, a experiência com este projecto, que já existe desde os anos 90, “tem-se revelado gratificante, permitindo a muitos alunos encontrarem-se consigo próprios, identificarem uma motivação pessoal para a sua vida, descobrirem a alegria de fazerem aquilo de que gostam, perceberem que também podem ser úteis aos outros e à sociedade”.

A Escola Secundária Quinta das Palmeiras, na Covilhã, foi uma das escolas alvo de avaliação externa, na fase-piloto, levada a cabo por um grupo de trabalho dirigido por Pedro Guedes de Oliveira.

Com a classificação de Muito Bom em todos os domínios avaliados, distingue-se pela prática de acolhimento de alunos com necessidades educativas especiais e pelos projectos desenvolvidos, bem como pela aposta nas mais diversas parcerias e protocolos com entidades locais, nacionais e internacionais.

Por outro lado, o mérito é valorizado não só através da prática anual de atribuição de prémios aos três melhores alunos de cada ano como, também, através da valorização dos talentos da escola, prática que já colheu frutos entre muitos alunos, por via tanto da edição de livros como de exposições de pintura e fotografia.

Alguns talentos chegam mesmo a partilhar os seus conhecimentos com o exterior da escola. Tiago Ruas é um apaixonado pela meteorologia, o que já lhe valeu um tempo de antena garantido numa rádio local, através da previsão semanal do estado do tempo, aproveitando ainda para dar explicações científicas e pedagógicas sobre os fenómenos da meteorologia.

Existe, ainda, nesta escola um acentuado trabalho de equipa que envolve mesmo toda a comunidade educativa. Os pais chegam a ter um papel preponderante e activo na vida da escola, designadamente através de palestras que se oferecem para dar relacionadas com as áreas do saber que exercem diariamente. É o caso da mãe do Duarte, relações públicas, que deu uma aula de etiqueta a diversas turmas. Os alunos gostaram, e os professores também.


Fonte: Ministério da Educação

as escolas com classificação máxima na avaliação externa

Escola Secundária Alberto Sampaio:
Auto-avaliação a partir de um pedido dos alunos


Filme em http://www.min-edu.pt/np3/3544.html.




O pedido dos alunos para saberem os critérios de avaliação que lhes eram aplicados suscitou uma reflexão essencial para lançar as bases do processo de auto-avaliação da escola, que se foi tornando cada vez mais consistente, contando com os contributos da avaliação externa.


Há cerca de 10 anos, os alunos da Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, fizeram um pedido muito concreto aos professores e ao conselho executivo: queriam saber claramente quais os critérios que se aplicavam na sua avaliação. Esta solicitação, tão directa, desencadeou um processo de reflexão por parte dos professores, que tiveram de se reunir para definir, em conjunto, quais os critérios de avaliação a aplicar aos alunos.

Esta reflexão contribuiu, de forma decisiva, para lançar as bases do processo de auto-avaliação, que se foi tornando progressivamente mais consistente, até que, em 2001/2002, a escola constituiu um observatório interno permanente, direccionado para a avaliação dos resultados internos e externos dos alunos e do desempenho das estruturas de articulação curricular.

A avaliação externa da escola, realizada pela IGE, em 2006/2007, veio confirmar aquilo que, nas palavras de Manuela Gomes, presidente do conselho executivo, a prática se tinha encarregado de demonstrar: que “a introdução do dispositivo de auto-avaliação tem impacto nas atitudes dos professores, tornando-os mais reflexivos, capazes de trabalhar em equipa e, sobretudo, de olhar para os resultados dos alunos e, se for caso disso, de pensar em estratégias para os melhorar”.

Perante a confirmação desta ideia, a escola constituiu uma parceria com a Universidade de Minho, em 2007/2008, para levar a cabo um Projecto de Avaliação em Rede, com o objectivo de proceder à monitorização de todos os processos de acção educativa, articulando os dispositivos desenvolvidos para avaliar alunos, professores, funcionários e estabelecimento de ensino.

Este projecto, a decorrer neste ano lectivo, reforçou ainda mais o já habitual trabalho da equipa pedagógica, consagrado no horário dos professores através da marcação de uma hora compatível para todos os membros do conselho de turma, a utilizarem de comum acordo entre os intervenientes. “A marcação desta hora, compatível para todos os docentes, não obriga à sua utilização, mas o que é certo é que os professores ultrapassam largamente esse tempo, de livre vontade, para articularem os projectos que estão a realizar com a turma”, explica a presidente do conselho executivo.

Esta prática de liderança de proximidade vale, também, pela liderança que promove no corpo docente, incentivando toda a equipa a tomar decisões e a responsabilizar-se pelas mesmas, em estreita articulação com o conselho executivo.

A melhoria das aprendizagens dos alunos é a grande meta a atingir através da conjugação de todos estes esforços, numa procura de soluções para elevar os resultados escolares, confirmada através das prestações dos estudantes do 12.º ano nos exames às quatro disciplinas do ensino secundário com maior número de examinados, entre 2004 e 2006.

A aposta nas novas tecnologias para trabalhar a disciplina da Matemática, ajudando os alunos a compreenderem em vez de memorizarem os conteúdos, tem sido uma prática levada a cabo com sucesso, a par da incidência no ensino experimental das ciências, considerado um dos pontos fortes da escola.

O reforço do apoio educativo aos alunos e a instituição de tutorias para aqueles que necessitam de um acompanhamento mais próximo são outras das estratégias encontradas pela escola, que aposta igualmente na diversificação da oferta formativa e no desenvolvimento de projectos, entre os quais se contam o Desporto Escolar, as oficinas de Teatro, de Arte e de Latim, bem como o projecto Crescer com as Árvores.


Fonte: Ministério da Educação

as escolas com classificação máxima na avaliação externa

Agrupamento de Escolas de Santa Catarina:
O desenvolvimento profissional dos professores


Filme em http://www.min-edu.pt/np3/3543.html.




Liderança é a palavra que Fátima Saloio, vice-presidente do conselho executivo do Agrupamento de Escolas Santa Catarina, nas Caldas da Rainha, elege como pilar da gestão da escola, salientando que este conceito abrange, igualmente, todas as estruturas intermédias, que partilham a responsabilidade pelas medidas desenvolvidas tendo em vista o sucesso dos alunos.


A organização do agrupamento está prevista em função dos alunos que o frequentam, procurando proporcionar oportunidades de aprendizagem para todos, desde o pré-escolar ao 3.º ciclo, abrangendo crianças e jovens com necessidades educativas especiais.

A ocupação plena dos tempos escolares é uma grande preocupação da escola, que estabelece no horário dos professores um 10.º tempo, que funciona entre as 16h00 e as 17h00, durante o qual os docentes desenvolvem actividades como o Laboratório de Matemática, dão apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem e exercem tutorias destinadas aos jovens que necessitam de um maior acompanhamento.

A leccionação em regime de porta aberta é outra das metodologias utilizadas, que permite aos alunos com dificuldades numa determinada matéria assistirem a uma aula de outra turma onde esses conteúdos estão a ser abordados.

Os próprios professores também podem abrir a porta da sala de aula para melhorarem o seu desempenho profissional, através do trabalho cooperativo com os colegas. Tal como refere Melania Veiga coordenadora do Departamento de Línguas, se um professor tiver uma dificuldade, pode solicitar o apoio dos colegas.

Este apoio pode funcionar de um modo mais informal, na sala de professores, ou mais formal, tirando partido de estratégias que podem ir desde a planificação conjunta de aulas ou da troca de materiais pedagógicos até ao acompanhamento na aula.

No entanto, tal como clarifica Melania Veiga, esse acompanhamento em sala de aula não dá apenas resposta a dificuldades dos professores. “Um professor pode ir assistir à aula de um colega porque deseja ter acesso a novos métodos de ensino ou porque quer perceber como é que um determinando conteúdo é trabalhado com maior desenvolvimento no ciclo de ensino seguinte.”

Nada disto se faz sem uma forte coesão entre a equipa de professores e sem um investimento permanente na formação. “A formação dos professores é realizada através de círculos de estudos, que principiam com um diagnóstico das necessidades de formação sentidas no agrupamento. Depois desse diagnóstico, contactamos o centro de formação da zona para que realize a formação nas áreas pretendidas na escola”, clarifica Fátima Saloio.

A formação dos professores é essencial para a concretização do projecto educativo da escola intitulado “Que caminhos para a eficácia?”. De acordo com o presidente do conselho executivo, António Saloio, “estes caminhos estão assentes em quatro pilares: educação inclusiva, educação ambiental, educação para a saúde e desenvolvimento de competências através de projectos como o Plano Nacional de Leitura, o Plano de Acção para a Matemática e o Ensino Experimental das Ciências”.

Esta aposta reflecte-se nos resultados dos alunos, que obtiveram classificações acima das médias nacionais nos exames de Língua Portuguesa e de Matemática do 9.º ano.

A avaliação do impacto das medidas desenvolvidas nos resultados dos alunos tem um campo privilegiado de investigação devido à existência de diversos ciclos de escolaridade. “Como a escola abrange crianças desde o pré-escolar ao 3.º ciclo, podemos aperceber-nos da evolução dos alunos e das consequências das opções pedagógicas”, concluiu o presidente do conselho executivo.


Fonte: Ministério da Educação
as escolas com classificação máxima na avaliação externa


Escola Secundária Leal da Câmara:
Sucesso escolar em meio desfavorecido


Filme em http://www.min-edu.pt/np3/3542.html.




Como se explica que uma escola inserida num meio socioeconómico desfavorecido, como é o caso da Escola Secundária Leal da Câmara, em Rio de Mouro, possa ter sido tão bem classificada, em todos os domínios – incluindo no dos resultados – na avaliação externa realizada pela IGE?


A resposta é muito trabalho e, sobretudo, um trabalho direccionado no sentido de colmatar as lacunas detectadas nos conhecimentos dos alunos, proporcionando-lhes oportunidades efectivas de aprendizagem e de enquadramento escolar.

Um bom exemplo de uma estratégia desenvolvida pela escola para apoiar os alunos nas suas aprendizagens é a sala de estudo, que conta com uma bolsa de professores de todas as disciplinas, com reforço daquelas em que os estudantes apresentam maiores dificuldades, como Matemática, Físico-Química, Inglês e Geometria Descritiva.

De acordo com o horário exposto na porta da sala de estudo e divulgado na página da escola, os alunos podem dirigir-se para este espaço e solicitar apoio dos professores para tirar dúvidas, fazer os trabalhos de casa, preparar-se para os testes ou mesmo para recuar até ao ponto em que perderam o fio à meada na sequência dos conteúdos.

Os docentes das disciplinas menos requisitadas na sala de estudo utilizam a bolsa de horas no Centro de Recursos Educativos, onde apoiam os alunos no desenvolvimento de competências de investigação, ajudando-os a construir os seus próprios métodos de pesquisa, que podem utilizar noutras situações, pela vida fora.

As tutorias, no âmbito do Gabinete de Apoio ao Aluno, funcionam como um espaço de escuta e de afectos, onde os alunos são ouvidos, orientados e aconselhados em diversas situações, escolares e não escolares.

A marcação de uma terceira hora com o director de turma, destinada sobretudo às turmas do 10.º ano ou às que necessitam de maior acompanhamento, permite um maior apoio e enquadramento dos alunos.

A existência de boas condições de trabalho na sala de aula é considerada fundamental para a motivação dos alunos e dos professores, bem como para a concretização de práticas pedagógicas inovadoras, recorrendo às novas tecnologias, tal como salienta
Jorge Lemos, presidente do conselho executivo, que chama a atenção para o facto de todas as salas de aula possuírem um computador com ligação à Internet e um videoprojector.

A prevenção da indisciplina é outra das preocupações do conselho executivo, que, segundo o seu presidente, procura evitar as situações que podem dar origem a maior instabilidade ou a furtos: “Os alunos têm sempre a mesma sala de aula, o que reduz a agitação constante da mudança de espaços e permite guardar as mochilas em segurança durante os intervalos.”

O Desporto Escolar, uma das apostas fortes da escola, que abrange um grande número de alunos e de modalidades desportivas, tem uma grande importância num meio em que dificilmente os alunos teriam acesso a esta oferta, desenvolvendo também valores éticos e chamando a atenção para a importância de um estilo de vida saudável.

Nem os serviços administrativos escapam a este clima generalizado de escola, que procura, antes de tudo o mais, proporcionar bem-estar a quem a frequenta. Sem um balcão a impor a distância, alunos e professores podem contar com um atendimento personalizado com o seu gestor de processos, que tem a seu cargo uma carteira de utentes, desenvolvendo todos os assuntos com eles relacionados.

A auto-avaliação, uma prática consistente nesta escola desde há 10 anos, é considerada fundamental para o patamar de qualidade atingido pela escola, na medida em que permitiu identificar pontos fracos para, depois, delinear estratégias para os superar.


Fonte: Ministério da Educação

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