D. Jerónimo Contador de Argote nasceu em Colares no ano de 1676 e faleceu em Lisboa, no Convento dos Caetanos, em 1749.
Fez os primeiros estudos no Porto e, aos onze anos, entrou no Convento de Nossa Senhora da Providência, aplicando-se aos estudos escolásticos e, posteriormente, ao ensino da Filosofia. Aprofundou o estudo da Língua Latina no colégio jesuíta de São Francisco Xavier, em Lisboa. Teve entretanto alguns problemas de saúde que o obrigaram a interromper os estudos, fixando-se no Minho até 1715.
Voltou a Lisboa já recuperado, onde foi aluno da Academia Portuguesa, especializando-se em História Sagrada e Profana.
Escreveu, entre outras, a obra Memórias Históricas do Arcebispado de Braga, divida em quatro volumes e dedicada ao rei D. João V.
D. Jerónimo Contador de Argote refere a existência de um dolmen junto a Esposende e que possuía esteios decorados. Julgamos tratar-se do possível monumento que se localiza no lugar de Anta - Marinhas a cerca de 1,5 Km da vila de Esposende. Do período romano encontramos uma referência feita por Manuel de Boaventura em que ele diz que na abertura de valas para saneamento na 1.° de Dezembro em frente à Avenida de Goios, apareceram, a cerca de um metro de profundidade, muitos fragmentos de ânfora e bordos de cerâmica com evidentes sinais de fogo.
A memória escrita sobre a Cividade de Bagunte enquanto cidade antiga cujas ruínas são visíveis remonta aos livros de Divisão dos Condados, referidos pelo estudioso, do século XVIII, Jerónimo Contador de Argote. (ARGOTE 1744: Tomo III. 327)[2].
A par de Jerónimo Contador de Argote, que nela se baseou para a sua monumental obra sobre as Antiguidades da Diocese Bracarense, impressa no século XVIII (1732-34), também Emílio Hübner se socorreu da monografia de Mattos Ferreira, para organizar o CIL (Corpus Inscriptionum Latinarum), publicado em Berlim, em 1869. A descrição do traçado da VIA NOVA, da autoria de Mattos Ferreira, é mesmo mais pormenorizada do que a de Martins Capella, que escreveu um século depois, o que se compreende, uma vez que este último tinha como objectivo específico o estudo de toda a epigrafia viária do vasto conventus Bracarum (1895).
Esse valioso espólio, bem como as ruínas da Braga romana, ainda pontualmente visíveis, permitiram ao arcebispo D. Rodrigo da Cunha e a Jerónimo Contador de Argote, a elaboração das primeiras sínteses históricas da cidade, filiando-se no espírito antiquarista e iluminista dos séculos XVII e XVIII.
Argote, Jerónimo Contador de, 1676-1749, C.R.
2ª Imp. - Lisboa Occidental : Off. da Musica, 1725. - [24], 356, [4] p. ; 14 cm.
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