«Não podemos continuar a olhar para o porteiro e não fazer nada»24 | 04 | 2010O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida, considerou hoje que o caso do porteiro de Mirandela que vai responder disciplinarmente pela saída de alunos revela a 'incapacidade de alterar o que está errado na Educação'. Destak/Lusa | destak@destak.pt O porteiro que se encontrava de serviço na escola EB 2/3 Luciano Cordeiro no dia em que Leandro morreu afogado no rio Tua vai responder num processo disciplinar por a criança de 12 anos e outros colegas terem saído do recinto escolar à hora de almoço. 'Será o porteiro que é responsável ou somos todos nós?', perguntou num seminário promovido pelo CDS-PP de Mirandela sobre uma nova estratégia para a prevenção e optimização da convivência na escola. O presidente da CONFAP escusou-se a comentar o caso Leandro por aguardar ainda pela conclusão do último inquérito, o judicial que se encontra em curso no Ministério Público. O inquérito conduzido pelo Ministério da Educação não encontrou responsáveis entre dirigentes e professores seus subordinados hierárquicos e remeteu certidões à Câmara de Mirandela para avançar com um inquérito à actuação do porteiro que faz parte do pessoal não docente integrado nos quadros municipais. A autarquia decidiu instaurar um processo disciplinar ao porteiro, mas entende que tem atenuantes como o facto de ter de controlar as entradas e saídas ao mesmo tempo que fazia também o serviço de telefonista na central telefónica da escola. 'Como é que foi possível conviver tantos anos com um porteiro que era telefonista e achar que isso estava bem e agora ter descoberto porque ele estava a ser telefonista quando devia ser porteiro já estava mal', questionou o presidente da CONFAP. Albino Almeida lamentou que nunca ninguém se tenha apercebido de que 'as funções acumuladas pelo funcionário eram incompatíveis e que se tenha vivido tranquilamente com essa situação até à morte de uma criança'. 'Vamos ter mais 'Leandros' a desaparecer no rio se continuarmos como estivemos até aqui', declarou, considerando que estas crianças são 'vítimas desta nossa incapacidade de mudar as coisas e que 'a melhor homenagem que se lhe pode fazer é todos assumirem as responsabilidades'. Albino Almeida reiterou a necessidade de 'mudar o paradigma da escola pública portuguesa' com mais autonomia e contratos de transferência de competências mais transparentes que definam à partida quem é responsável por quem e dê formação'. Invocando mais um aniversário do 25 de Abril, o presidente da CONFAP considerou que '36 anos depois, o terceiro D (desenvolvimento) da revolução está por cumprir e isso deve ter a ver com o facto de a Educação continuar com muitos estigmas salazaristas e salazarentos'. 'As nossas escolas têm de ser elas a construir as soluções que melhor sirvam os seus alunos e dependem de ordens, circulares, decretos-leis para se organizarem internamente. É com isso que temos que acabar ', afirmou. Fonte: http://www.destak.pt/artigo/61317 | ||
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