sexta-feira, 7 de maio de 2010


Aluno fica horas a fio fechado numa sala como castigo

 
 Escola justifica atitude com rebeldia do jovem. Confederação de pais indignada 


Tem  14 anos e estuda no 8.º ano da Escola Secundária de Vila Nova de Paiva, mas passa grande parte do tempo lectivo de castigo, fechado numa sala de aulas, sozinho.

 
Em declarações ao DN, a escola assume que não tem outra solução porque o aluno é rebelde, mas os funcionários e colegas do aluno condenam a situação. A Comissão Nacional de Protecção de Jovens em Risco (CNPJ) critica e a Confederação Nacional de Pais (Confap) dizem que a conduta da escola 'é um absurdo'.
 
A situação vivida pelo adolescente foi denunciada pela própria irmã, que também estuda na mesma escola. 'Passa grande parte dos dias fechado, sozinho, numa sala de aulas', contou ao DN uma funcionária do estabelecimento, esclarecendo que o duro castigo foi aplicado esta semana. 'Esteve enclausurado na segunda-feira. Desesperou tanto que se fartou de gritar e bater com a cabeça nas paredes da sala. Meteu dó', desabafou a auxiliar, denunciando que 'estes castigos acontecem muitas vezes'.
 
O próprio aluno relatou ao DN a situação dizendo 'não compreender, porque não está prevista no regulamento'. Também os colegas do aluno dizem ter 'pena e tristeza pelos castigos' aplicados ao colega.
 
O presidente do Conselho Executivo da escola confirmou ao DN a situação e assegurou 'não ter outra solução'. António Taveira diz que o aluno 'é rebelde e indisciplinado e que não deixa os colegas de turma aprenderem'. Além disso, refere, o aluno 'já dispôs de apoio psicológico, que recusou'. António Taveira esclarece ainda que o adolescente 'não gosta do ensino normal e que terá de ir para um curso profissional, mas só no próximo ano quando completar 16 anos'.
 
Segundo o presidente, o aluno 'é sucessivamente expulso da sala de aulas por mau comportamento, pelo que a solução foi enviá-lo para uma sala, fechado e onde permanece sozinho até ao final da aula'. 'Perante os 'sucessivos casos de indisciplina e recusa em aprender, a solução foi esta e não temos outra', conclui António Taveira, garantindo que a situação 'já foi transmitida à Comissão de Protecção de Menores'.
 
A Comissão de Protecção de Vila Nova de Paiva não quis comentar o assunto, mas o presidente da CNPJ assumiu 'não ter conhecimento da situação', a qual considerou que 'não é normal'.
 
Já Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional de Crianças e Jovens em Risco, garantiu que irá averiguar a situação.
 
Mais radical é o presidente da Confap, que classificou a solução encontrada como 'um absurdo absoluto'. Para Albino Almeida'as escolas não sabem como funcionar', opinião que é partilhada por um psiquiatra. Porém, o dirigente acusou a escola de 'não proteger os interesses da criança' e assumiu que 'mesmo para corrigir um problema de mau comportamento não se podem pisar os direitos de cidadania de um menor numa solução que seguramente não é saudável'.
 
Fonte: AMADEU ARAÚJO,http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1562974&seccao=Centro

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