sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Leya quer aumentar o preço dos manuais

LUSA 27 de Fevereiro
Acordo ortográfico:
Leya admite aumentar preço dos manuais escolares O grupo editorial Leya estima que a adaptação de cada manual escolar ao novo acordo ortográfico poderá custar entre quatro e cinco mil euros, pelo que admite o aumento dos preços de venda às famílias. 'Todo este processo de mudança da ortografia, revisão exaustiva do texto e substituição total das chapas de impressão tem custos muito elevados. Dependendo de cada manual, este valor rondará os quatro a cinco mil euros', afirma a coordenadora de edições escolares do grupo, que detém entre 30 a 40% da quota de mercado dos manuais. (...) 'É admissível considerarmos que este custo possa ser tido em linha de conta numa futura convenção de preços. Este factor não pode ser ignorado por nenhuma das partes', acrescenta Carmo Correia.
O preço dos manuais é regulado por uma convenção entre o Ministério da Educação (ME) e as associações de editores de livros escolares. A actual convenção é válida até ao final do próximo ano lectivo (2009/2010). 'Em 2010/2011 haverá com certeza espaço para introduzir algum factor de actualização. Admitimos que os preços venham a aumentar', adianta.
De acordo com a mesma responsável, a Leya pediu em Novembro do ano passado informações ao ME sobre o calendário de implementação da nova ortografia no ensino, mas não obteve até à data qualquer 'informação precisa'. 'Informámos na altura de que a implementação do acordo nos manuais tem de ser calendarizada atempadamente, porque as reimpressões dos livros tendo em vista determinado ano lectivo são feitas a partir de Outubro do ano anterior', explica Carmo Correia, acrescentando que só assim 'é possível abastecer o mercado atempadamente'.
Na melhor das hipóteses, estima, os primeiros manuais adaptados ao acordo ortográfico só poderiam estar no mercado em Setembro de 2010. 'Por mais ferramentas e automatismos que se utilizem para fazer a conversão, é absolutamente necessário um processo de revisão exaustivo de todo o texto para despistar falhas e erros', justifica.
Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) diz que questiona 'desde há dois anos' o ME sobre os planos para integração do acordo no ensino, mas também não obteve resposta. 'Os editores escolares da APEL aguardam instruções por parte do ME no que diz respeito à implementação do acordo ortográfico nas escolas. O pedido de informação foi feito há quase dois anos, mas acreditamos que o ME tem plena consciência das fortes implicações que este processo terá e da importância de que se reveste para a educação dos alunos', acrescenta fonte da comissão do livro escolar da APEL. (...)
Acordo ortográfico:
Pais apelam a escolas que boicotem editora
A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) considera um 'desrespeito' o aumento do preço dos manuais escolares, admitido na quinta-feira pelo grupo editorial Leya, sugerindo que as escolas seleccionem manuais de outras editoras. O grupo editorial Leya estima que a adaptação de cada manual escolar ao novo acordo ortográfico poderá custar entre quatro e cinco mil euros, pelo que admite o aumento dos preços de venda às famílias. Confrontado com esta possibilidade, o presidente da CONFAP, Albino Almeida, enfatiza que a política de acção da Leya é 'apenas movida pelo lucro' e que o grupo se distingue no mercado pelo 'aumento dos preços' sempre que possível, o que considera 'inacreditável'.
'Lamentamos que a editora só pense no lucro, é um autêntico desrespeito pelas famílias nesta altura de crise, em que as mais desfavorecidas dificilmente vão conseguir comprar os manuais', considera o representante das associações de pais. Albino Almeida sugere ainda que as escolas 'pensem se querem continuar a usar livros da Leya'.
Nota da Confap:
Confap recebeu inúmeras queixas de pais e encarregados de educação (até ao fim do primeiro período) de faltas de manuais para aquisição nas livrarias, adoptados pelas escolas e provenientes da editora Leya.
A Confap recomenda aos representantes dos pais e encarregados de educação nos Conselhos Pedagógicos uma atenção especial para a selecção e adopção dos manuais escolares e sua avaliação.
A Confap recorda que cada 3 anos os manuais eram refeitos e actualizados, nunca se tendo feito repercutir o custo dessa revisão, no primeiro ano de implementação, numa subida de preço. Com a recente legislação a adoptar os manuais para 6 anos, este custo é ainda mais amortizado no tempo.
Assim, a revisão requerida, não é mais do que um processo normal no ciclo de vida dos manuais escolares e que não poderá acarretar custos acrescidos para as famílias e deverá ser implementado de forma normal e gradual, segundo a vigência dos actuais manuais.

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