Segunda-feira, 5 de Outubro de 2009
Dia do Professor. Quarenta anos depois. 2272 anos mais tarde
Fiz estudos formais desde os 6 anos de idade até aos 36 anos. Foram 30 anos a estudar sob a orientação de professores. Trinta anos a prestar provas e a ser avaliado. Trinta anos a sujeitar-me a classificações. Só dei por terminados os meus estudos formais quando completei o doutoramento. Tinha 36 anos. Foram os melhores anos da minha vida. A bem dizer, a única coisa que eu gosto verdadeiramente de fazer é estudar. Se pudesse escolher a época em que gostaria de viver, a minha opção ia para a época da Academia de Platão. e do Liceu de Aristóteles. Deve ter sido maravilhosa a vida de Platão (morreu com 80 anos). Passou 70 anos a aprender e 50 a ensinar. E que discípulos ele teve. Aristóteles só deixou a Academia - para fundar o Liceu - depois da morte do mestre. Em 1844, nasciaNietzshe. Dois mil e duzentos e setenta e dois anos depois do nascimento de Platão. E que diferença! Platão foi professor até morrer. Ensinava e vivia numa instituição - a que deu o nome de Academia - e por lá andou até morrer de velhice sempre rodeado de discípulos, alguns vindos da Ásia Menor. Nietzshe, ao invés, abandonou a profissão de professor aos 35 anos de idade. Platão morreu rodeado de amigos. Nietzshe morreu na companhia da irmã depois de onze anos mergulhado na loucura. Duas vidas contrastantes mas, ainda assim, dois professores de eleição.
Para saber mais
Publicada por Ramiro Marques em 17:58
O Dia do Professor na TVI24. O convidado obteve o prémio de professor do ano
Está um professor premiado pela Maria de Lurdes Rodrigues na TVI24 a falar sobre o dia do professor. Diz ele:
1. Não se faz inovação pedagógica porque se esbarra com o currículo e com a obrigatoriedade de cumprir os programas. Os professores gostam das tecnologias e estão preparados para as usar. A sociedade mudou muito e a escola e os professores não acompanharam essa mudança. É impossível aplicar o actual modelo de avaliação. O modelo não funciona e tem de ser revisto. O modelo não foi testado. Devia ter sido experimentado antes de ser aplicado. De positivo, o citado professor destaca a requalificação das escolas secundárias e o plano tecnológico, embora com deficiências. O pior de tudo, é a divisão da carreira em duas categorias. Não há vantagens pedagógicas na existência de duas categorias de professor.
2. Intervenção de cozinheira de uma escola: os pais descarregam os filhos na escola e exigem que os professores façam aquilo que os pais se demitiram de fazer: educar as crianças. Não se pode exigir aos professores que façam o trabalho que é dos pais. As escolas estão cheias de burocracia.
3. Presidente da Ferlap: A função do professor é ensinar e não andar a tirar fotocópias e a cumprir serviços administrativos e burocráticos. Os professores são formados para ensinar na sala de aula e não para estarem nas bibliotecas ou a preencher inquéritos e relatórios.
Foto: Sé de Lisboa
Publicada por Ramiro Marques em 15:30
O dia do professor na blogosfera
- Dia do Professor - No Blogue OutroOlhar. Uma citação de George Steiner a marcar o dia: "Ao nivelar, ao fazer uma falsa democracia da mediocridade, mata-se na criança a possibilidade de ultrapassar os seus limites sociais, domésticos, pessoais e até físicos".
- No Portal do ME - Nada que assinale o Dia do Professor. Um nada cheio de significado. Ao menos, desta vez, não há lugar para o fingimento.
- Alfabeto reivindicativo - No Blogue MUP. A - Avaliação Justa e correcta; B - Bem-estar profissional; C - Colegialidade; D - Democracia nas escolas, etc.
- Ainda há professores em Portugal? - No Blogue Anovis Anophelis. Francisco Trindade deixa a pergunta no ar. Alguém quer responder? Ou a resposta é óbvia: o professor foi substituído pelo terapeuta.
- 5 de Outubro, dia do Professor - No Blogue Pérola de Cultura. Alusão a exposição e a conferência de António Nóvoa sobre o tema.
Foto: Hanna Arendt, filósofa e professora
Nas escolas de Silicon Valley, alunos não têm acesso ao You Tube nem às redes sociais
1. Enquanto o Governo português deita para cima das escolas milhões de euros em computadores, quadros interactivos e projectores de vídeo - e para cima das crianças mais de 500 mil portáteis - nas escolas de Silicon Valley, o berço das tecnologias digitais, os alunos estão proibidos de aceder ao You Tube e às redes sociais.
2. É na opulenta California que esta cena se passa: as escolas não estão equipadas com os últimos gritos em tecnologia digital e a Internet é pouco usada nas salas de aula. Os orçamentos das escolas não comportam a compra dos últimos modelos de computadores e a racio alunos/computador é elevada.
3. E é assim não só para evitar desperdício de dinheiromas também porque os estudos confirmam que os alunos que passam muito tempo na Internet têm piores resultados escolares do que os que fazem um uso parcimonioso das tecnologias digitais.
4. Os estudos provam que os alunos que passam muitas horas por dia de volta dos iPhones, dos smartphones, das consolas de jogos, do Facebook, do Hi5, do My Space e do You Tube têm piores resultados escolares do que os que passam o tempo de volta dos livros. E é por isso que os computadores das escolas de Silicon Valley barram o acesso ao You Tube e às redes sociais e proíbem o uso dos telemóveis. E há mais: os alunos não têm acesso à Internet sem fios dentro dos espaços escolares. E esta, hem?
A história
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