domingo, 18 de outubro de 2009

A escola que temos no presente que futuro garante aos nossos filhos?
Que escola queremos?
Esta reflexão é um desafio lançado a todos os pais, para que dêem a sua opinião sobre esta importante questão: a escola de hoje está a cumprir o seu papel?
A FERSAP, no âmbito das comemorações do 20.º aniversário da sua fundação, pretende levar a efeito no distrito de Setúbal um ciclo de debates com esta temática:
- Que escola tivemos?
- Que escola temos?
- Que escola queremos?
Todos os contributos irão enriquecer o debate, de modo a, exercendo os nossos direitos e deveres, termos uma posição assertiva sobre esta importante questão, fundamental para um futuro melhor para esta geração de alunos.

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Respostas a este tópico

Caro Amaral

Mais uma nobre iniciativa na tentativa de motivar a participação dos Pais

Como já tive oportunidade de te transmitir , além da crescente indisponibilidade dos Pais para participarem na "vida " da Escola , penso que devemos fazer a pergunta aos que mais usufruem dos espaços escolares : Os Alunos !

Falamos sempre em nome dos Alunos , o que achamos melhor , se os professores cumprem com os seus deveres , etc , mas alguma vez nos dirigimos aos Alunos ?
Alguma vez ouvimos a sua opinião sobre o que devia ser feito ?
Não , antes pelo contrário , pensamos por eles !

É verdade que as principais actividades da Fersap se destinam aos Pais , mas penso que devemos englobar os Alunos querendo ouvir as suas opiniões e não esperar que as dêm.

Penso que a Fersap será inovadora se "seguir" este caminho , e na minha opinião , terá sucesso ao contribuir para a verdadeira mudança , englobando os Alunos convidando-os desde já a participar neste debate.

No limite considero que pior não ficamos , e tentar não custa !

Um grande abraço

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Concordo com este tipo de iniciativas desde que haja um espaçamento de tempo médio entre ambos e sejam dinamizados pelas estruturas no âmbito com a colaboração logistica da FERSAP.
É importante o envolvimento mais próximo junto dos pais e alunos. Estes devem ser convidados a fazerem intervenções a partir dos 14 anos de modo a trazerem a opinião que têm da escola e em simultaneamente é-lhes incutido o espirito de debate e associativo.
Até ao final do ano escolar dvemos organizar pelo menos cinco debates.

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Só um brevíssimo comentário/contributo para a discussão.

Eu não quero nenhuma escola em particular. Mas, em particular, eu quero uma escola. Livre.

Não é um jogo de palavras. É um alerta para o sentido da discussão.
O aspecto central desta deve ser sempre a Liberdade. E a Liberdade não pode estar sujeita a modelos com vocação para serem "standard nacional".
O que eu quero é o direito a escolher uma escola.
O que eu quero é o direito de promover uma escola-modelo. Não para, com o poder do Estado, a replicar. Mas para, no cumprimento de competências de instrução, me auxiliar nas minhas responsabilidades educativas.
E se o modelo e os resultados forem atraentes para outros, pois bem, que adaptadamente o copiem.

O mais que se discutir é apenas colaborar no modelo estatizante e opressor actual, onde os pedagogos e especialistas das ciências de educação mais não fazem do que dissertar sobre a melhor forma de educar os filhos dos outros... à custa do Estado (e aqui entenda-se com os poderes do Estado) e dos contribuintes... sem qualquer concorrência, nem fiscalização a sério.

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A educação de um povo não passa pela liberdade de escolha mas sim pela capacidade de o educar no seu todo. Educar não pode ser um processo sustentado num processo (aparentemente) egoísta da escolha individual. Esta via, que numa primeira fase permite que a formação possa ser qualificada, transforma-se à posteriori, na desqualificação de grande parte da população aumentado claramente as diferenças entre os estratos que "podem" seguir o método da livre escolha e os que o não podem (ou não conseguem). Estas diferenças de qualificação e competências levam em boa parte, como está sobejamente comprovado, a comportamentos desviantes que afectam o todo social, inclusivamente daqueles que tiveram oportunidade da "livre escolha". Bem sei que a esses comportamentos desviantes devem corresponder os castigos e punições correspondentes mas quem vai pagar as prisões??? Prefiro gastar o o meu dinheiro na educação dos outros que na sua punição. Feitios...

É claro que quando falamos em livre escolha todos sabemos quem pode escolher livremente - apenas o podem fazer quem já agora o pode, seja pela sua capacidade económica, seja sua capacidade reivindicativa ou cognitiva... Os desde sempre excluídos (ou auto-excluídos, para as mentes mais sensíveis...) serão ainda mais excluídos. Os menos obviamente menos.

Quando falamos em sistemas educativos devemos ser objectivos e passar os nossos olhos pelas experiências em curso. Todos sabemos que em termos de justiça social e qualidade de vida muito separa 2 sistemas democráticos educativos que seguem o da livre escolha (o norte-americano) e o da responsabilidade estatal (o sueco) que com as devidas diferenças de implementação históricas é idêntico ao nosso. Os resultados são objectivamente claros.

Sueco: A assumpção pelo estado no financiamento global da educação dos seus cidadãos permite o financiamento equilibrado do sistema educativo criando condições a que todos os jovens tenham a ele acesso, independentemente da sua qualificações ou competências sociais ou económicas, pessoais ou familiares.
O sistema privado existe, tal como cá, mas obriga a que as regras deste sistema sejam idênticas ao do público quer no que respeita à admissão dos alunos quer no seu funcionamento social (apoios), quer no curricular. Ou seja, a qualificação/origem dos alunos é idêntica num sistema ou no outro... Presumo que isto seja um óbice à sua aplicação cá no burgo...

Norte-americano: A ausência de regulamentação de cariz social do sistema educativo público deste país permite uma enorme flutuabilidade dos seus orçamentos levando a que este se veja sistematicamente estrangulado pela falta de fundos para o seu funcionamento minimamente eficaz.
A grande confiança (sustentada em lobbies mais ou menos poderosos) depositada na iniciativa privada na educação permite relegar o seu sistema educativo público para níveis que todos nós conhecemos.

Em resumo: O problema do nosso país não passa pela liberdade de escolha mas por uma qualificação clara do seu sistema de ensino público. Atribuam-se os meios necessários às escolas e teremos um sistema tão justo e de sucesso quanto o sueco.

Evidentemente que tudo isto necessita de tempo.
Tempo para os políticos conseguirem entender a importância da educação da evolução de um povo.
Tempo para entenderem que a educação não pode ser objecto de propostas ou mandatos de uma legislatura.
Tempo para as famílias entenderem da necessidade de participação na vida escolar e na escolha dos caminhos que as escolas devem seguir para atingir os fins que (com eles) queremos para os nossos filhos.
Tempo para as famílias entenderem o papel fundamental dos professores e com eles reforçarem o papel e a imagem do adulto como ser portador de conhecimento alargado e fundamental na formação dos jovens como cidadãos e seres humanos.
Tempo para os docentes e não docentes entenderem também da sua importância na formação do nosso povo.
Tempo para os professores entenderem que não são apenas veículos de transmissão curricular mas também, como cidadãos altamente formados, de valores e conceitos.

Precisamos todos de tempo para entender que ninguém vive sozinho e que a qualidade de vida do nosso vizinho afecta e afectará sempre a nossa por muito que os escondamos ou nos escondamos a nós próprios!!!

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