Debate EducaRede - Gerações Interativas Conforme comentei com vocês fui convidada pelo Grupo EducaRedepara participar do debate Gerações Interativas – uso responsável das telas digitais (internet, celular, videogame e televisão) que aconteceu no dia 30 de setembro no prédio da Telefônica em São Paulo. Assim que cheguei já fui gentilmente recebida pela Vanessa Rodriguesque me convidou para tomar um cafezinho e encontrar a Mila Gonçalves, Priscila Gonsales, Charo Sadaba, Sergio Mindlin presidente da Fundação Telefônica e Sônia Bertocchi que chegou logo depois e que também mora aqui em Indaiatuba, porém não a conhecia pessoalmente, só via web. Conversamos até que chegou o momento de irmos para a sala de convenções que reuniu profissionais da educação com o intuito de debater e analisar sobre como se pode orientar crianças e adolescentes quanto ao uso responsáveis das telas digitais. Sérgio Mindlin como mediador abriu o evento falando sobre oEducaRede e os países em que ele é ativo e sobre o Projeto de unificar os Portais Educaaté o final de novembro, em multi-idioma (espanhol e português a princípio), e outros que virão no decorrer do percurso. Participaram da roda de debates • Âmbar de Barros, jornalista, diretora do Núcleo Infanto-Juvenil da TV Cultura e uma das precursoras no debate sobre o uso responsável da TV. Atualmente, lidera uma campanha pelo uso responsável da internet. Estavam sentados na plateia Fabio Tagnin da Intel que é parceiro no Programa Geração Interativa; Lia Litito – Secretária Municipal da Educação e Maria Alice Pereira – Secretária Estadual da Educação. Todos apresentados iniciou-se o debate. O Projeto Gerações Interativas – o uso consciente das telas digitais foi coordenado pela Charo Sabada e nos trouxe a comprovação de uma realidade que suspeitávamos, porém não tínhamos dados concretos. Os números obtidos são assustadores como o de que 80% dos jovens utilizam a internet sem qualquer tipo de orientação ou supervisão. Hoje não podemos afirmar que os pais desconhecem o conteúdo da web porque diante da velocidade das informações fica comprometido afirmar que não sabia. O pai/mãe até pode não saber em que site se encontra a informação, mas ele sabe que elas existem. Sabemos que as crianças que têm computador em casa, e mais especificamente em seu quarto, são crianças de poder aquisitivo de classe média para classe alta. Portanto, não se trata de pais analfabetos que não conhecem a realidade do cyberespaço. Porém este “fazer de contas que não sabe” está muito mais voltado para a conveniência do que para a ignorância. Chegar em casa e se deparar com o filho quieto, trancado em seu quarto usando o computador é muito mais cômodo do que ter que ficar atento e verificar quais os ambientes virtuais que ele está frequentando. Colocar computador no quarto do filho é pedir para que ele visite sites indevidos, que forneça dados através do MSN a estranhos, que pratique cyberbullying ... Como bem mencionou Âmbar, os pais têm que ter a obrigação de orientar seus filhos quanto aos perigos da internet e como devem proceder em casos de perigo. Só que para que este tipo de atitude seja possível o pai/mãe tem que participar da navegação dos filhos. Se o filho estiver trancado no quarto usando o computador sem qualquer intervenção, é claro que ele fará o que bem entender. Já diz o ditado que “o que não é proibido é permitido”. Os pais orientam seus filhos para que quando forem atravessar a rua usem a faixa de pedestre, e que quando não houver semáforo devem olhar para os dois lados. Pois então, este é o papel dos pais: Educar. Com a internet é a mesma coisa. Assim como os filhos são orientados a não conversarem com estranhos na rua, devem ser orientados da mesma forma quanto a web. Assim como as crianças não podem freqüentar casas noturnas com shows eróticos, na internet também não podem entrar em sites com conteúdos eróticos. Simples assim. Os professores também devem orientar os alunos da mesma forma, principalmente, quanto ao uso didático das mídias em prol da aprendizagem. Está mais do que na hora de quebrar o bloqueio de que é difícil usar a internet porque tudo isso não é da geração dele, e tantas outras desculpas. Este tabu deve ser vencido, pois se formos analisar racionalmente, os professores que ainda não se aposentaram (os de mais idade), e que são os mais resistentes ao uso do computador, acompanharam todo o início da internet. Bem como acompanharam o início do uso das panelas teflon, da pílula anticoncepcional, da calça comprida para mulheres, do botox, da lipoescultura e tantas outras "novidades" que foram muito bem aceitas por todas as gerações. Por que então somente em relação ao uso das mídias é que há toda esta dificuldade? Acredito eu que a resistência maior está em “aposentar” o método “eu falo e você escuta” do que propriamente aprender a usar o computador. O debate foi muito estimulante e enriquecedor. Me fez refletir muito sobre a resistência ao uso da tecnologia na educação, a falta de comprometimento dos pais quanto ao uso das mídias pelos filhos e sobre esta geração que quer ser protagonista da sua aprendizagem e que não vê problema algum em caminhar orientado pelo professor comprometido. O debate teve a cobertura on-line dos alunos da Escola Estadual Simon Bolívar de Diadema que com seus laptops tuitaram durante todo o evento. Prova viva da eficácia dos recursos da web com fins educacionais. Depois, em sala de aula, farão um texto coletivo e postarão no blog da escola. Ao final houve apresentação da Campanha da TV Cultura sobre Internet segura voltada às crianças, jovens, pais e professores que será lançada ainda este ano através da mídia impressa, comercial de TV, banners para a web e um portal que reunirá material informativo. Quer assistir o debate na íntegra? Então clique AQUI e depois comente partilhando sua visão sobre o que foi debatido. Estou te aguardando! |
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