Hoje em dia ouve-se um novo grito de inclusão, potenciado entre os indivíduos que não vêem as suas competências reconhecidas, cujas capacidades são regularmente negadas e ignoradas e que sentem que a sociedade não honra os seus direitos de participarem de forma activa neste conjunto. A inclusão social é um processo complexo e gradual de construção de uma nova sociedade, através de pequenas e grandes transformações, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas. Na sua globalidade, o processo deinclusão implica uma aplicação em cada subsistema social, pois quanto mais sistemas comuns da sociedade adoptarem a inclusão, mais depressa se constrói uma verdadeira sociedade para todos – a sociedade inclusiva. Apesar de tudo, a inclusão mantém-se um tema controverso, principalmente na educação, dado que relaciona valores sociais e educativos, bem como o sentido do nosso valor próprio enquanto indivíduos. Para falar sobre inclusão escolar é preciso repensar o sentido atribuído à educação, além de actualizar as concepções existentes, bem como dar novo significado ao processo de construção do indivíduo na sua globalidade. Para que a inclusão ocorra, não basta estar legislada, precisam de se concretizar mudanças profundas e importantes em todo o sistema de ensino. Portanto, a inclusão depende da mudança de valores da sociedade e da implementação de alterações do paradigma, que não se proporcionam com simples recomendações técnicas, mas com reflexões profundas dos professores, dos concelhos executivos, dos pais, dos alunos e da comunidade. É necessário que a escola desenvolva processos de inovação e mudança que respondam com eficácia a todos os alunos. É necessário que haja diferenciação, adaptação e individualização curricular às necessidades e características de cada aluno, em especial dos alunos com necessidades educativas especiais. Todos os alunos deverão ter os mesmos direitos e oportunidades, incluindo o direito à diferença e a uma educação adaptada às suas necessidades, ao seu ritmo de aprendizagem, características e experiência pessoal. Para além do trabalho da escola, é fundamental o desenvolvimento da cooperação entre os diferentes intervenientes no processo educativo. Deste modo, também deve ser dado apoio constante às famílias para que possam desenvolver comportamentos e práticas que fortalecem toda a dinâmica familiar, as relações pais/filhos e as condições de vida de todos. Com o intuito de afastar os preconceitos e o tabu que envolve toda esta questão, o Centra Aba organiza uma conferência com o nome 'INCLUSÃO um desafio entre o ideal e o real', Fundação Calouste Gulbenkian a decorrer dia 5 de Dezembro de 2009. Esta conferência conta com a participação de oradores experientes na matéria que abordaram o tema. Mais informação em www.centroaba.com |
-
Sem comentários:
Enviar um comentário