Divulgação de Espectáculo

Exmº(a) Senhor(a) Director(a)/Presidente do Conselho Executivo

Por solicitação do Pé de Vento, junto se envia ficheiro com informações relativas ao espectáculo "O Senhor Valéry", em cena durante o mês de Maio no Teatro da Vilarinha.

Com os melhores cumprimentos.
Paula Vieira
Secretariado da Direcção

O Senhor Valéry
de Gonçalo M. Tavares
Depois de termos levado à cena O Senhor Juarroz, chegou a vez de O Senhor Valéry subir ao palco para se dar a conhecer. O Pé de Vento revisita assim, e uma vez mais, a escrita de um dos nossos autores mais inventivos, que é também um dos mais reconhecidos e premiados da última década – Gonçalo M. Tavares.
Quem será este Senhor Valéry?
Será alguém que vive em sincronia com o mundo que o rodeia?
Ou alguém que habita uma dimensão desconhecida desse mesmo mundo?
Será apenas um ser bizarro, de quem se riem os amigos, verdadeiros ou falsos?
Um personagem excêntrico de quem os vizinhos fazem troça?
Ou será um filósofo disfarçado?
Senhor Valéry desvia a sua atenção de um quotidiano insuportavelmente aborrecido para se concentrar nos seus actos e no significado que as coisas adquirem em função deles. Na sua opinião, as coisas interessantes escondem-se atrás da banalidade do dia-a-dia. São coisas inimagináveis, que ele persegue com obstinação, porque só elas são capazes de lhe trazer alguma alegria. Inventa truques e respostas para escapar às situações incómodas ou desagradáveis que a vida lhe reserva, porque as regras sociais são muito complicadas – verdadeiras armadilhas que podem tirar-lhe a liberdade de pensamento que ele tanto preza.
As suas reacções e os seus pensamentos, ditos em voz alta, assemelham-se aos de uma qualquer criança, que inventa uma situação paralela, e paradoxal, para não ter de enfrentar os constrangimentos que a vida em sociedade exige.
O Senhor Valéry adora brincar com as palavras e descobrir o seu sentido secreto, o qual fica algures entre o que elas dizem e o que elas significam. Só através dos caminhos secretos das frases, poderá alcançar o mundo invisível da fantasia onde se refugia. Entrar e sair desse mundo à sua vontade, e sem que ninguém dê por isso, é a sua maior felicidade.
O espectáculo inclui fragmentos da «Carta de Madame Émilie Teste», da Paul Valéry
ditos por uma possível esposa do Senhor Valéry.
João Luiz