terça-feira, 17 de março de 2009

Disciplina de Espanhol

Domingo, 15 de Março de 2009
Estimados Encarregados de Educação,
Escrevo-lhes como Encarregado de Educação preocupado. Chamo-me Carlos Alberto Nepumoceno e tenho duas filhas em idade escolar. Uma encontra-se no sexto ano de escolaridade, na Escola EB2,3 Nadir Afonso e a outra na Escola Secundária Fernão de Magalhães, no décimo primeiro ano, ambas na cidade de Chaves.
Hoje, pela manhã, tomei conhecimento, através de um jornal nacional, o Expresso, da seguinte notícia, e passo a citar: "Certo é que não pára de ganhar terreno (o espanhol). E está a consegui-lo sobretudo à custa do FRANCÊS, DISCIPLINA EM QUE JÁ SOBRAM PROFESSORES E FALTAM ALUNOS, COMO ADMITE O SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, VALTER LEMOS. O problema é que o crescimento do número de professores (de espanhol) não tem sido suficiente. Segundo dados de 2007, há 204 docentes habilitados a dar a disciplina, o que não chega para dar resposta à crescente procura dos estudantes.
Por isso, o ME aprovou esta semana uma portaria para permitir que os professores de português ou de outras línguas estrangeiras possam leccionar espanhol, desde que tenham tido a disciplina na Universidade. O diploma prevê ainda que qualquer pessoa com um Diploma avançado do Instituto Cervantes possa ser professor. Só no ano passado 180 portugueses receberam o certificado.Não apenas os estudantes, mas os portugueses em geral começam a ver no espanhol uma língua cada vez mais importante para o seu futuro profissional. O espanhol está a transformar-se numa grande língua internacional uma espécie de segunda língua franca, a seguir ao inglês, garante o director do Instituto José Maria Valemzuela."
A minha filha, que frequenta o décimo primeiro ano tem espanhol como uma das suas disciplinas. A mais nova tenciona fazer como sua escolha, no próximo ano lectivo, espanhol como segunda língua estrangeira. Como encarregado de Educação fiquei bastante preocupado com tal situação. Como é possível que este Ministério permita que qualquer professor concorra, em pé de igualdade com um professor licenciado e profissionalizado na área em questão. Deixem que lhes diga que sou de uma zona fronteiriça, onde o espanhol nos acompanha diariamente. É, de facto, acessível a sua compreensão, contudo, quando vejo a minha filha estudar, apercebo-me de quão complexa é a língua e todas as suas regras gramaticais. Não me parece que qualquer um possa leccioná-lo sem problemas como quer fazer parecer este Ministério.
O que lhe quero expor, é a minha preocupação perante tal situação, pois não gostaria de arriscar a ter, no próximo ano lectivo, professores de francês ou de inglês a leccionar algo para o qual não se prepararam. Não digo que não sejam óptimos profissionais mas na sua área específica. Depois de ler esta notícia, informei-me, através da internet e vi que existem professores profissionalizados suficientes para assegurar espanhol com qualidade nas escolas e é isso que me interessa para as minhas filhas como educandas. Vamos permitir que a qualidade de Ensino dos nossos filhos seja, e desculpe-me a expressão em tom de desabafo, uma “bandalheira” total? Mas o que é que nós queremos para os nossos filhos? Certamente que muitos pais pensarão como eu e, certamente discordarão desta medida tomada pelo Ministério, a qual põe em causa o percurso dos nossos educandos. Será que no próximo ano lectivo a minha filha, a qual vai frequentar o décimo segundo ano, e o nível três de espanhol, vai ter de ensinar e corrigir a professora, estagnando assim nos seus conhecimentos?
Como Encarregado de Educação mas, principalmente como pai, quero, desde já, manifestar o meu desagrado e preocupação perante tal situação e daí o meu alerta para algumas das associações de pais das escolas do nosso país.
Desta forma, aguardo um contacto da vossa parte, manifestando a vossa opinião. Eu, contactei também a CONFAP mas acho que me cabe alertar-vos também para que possam, junto desta e de outras associações de pais, manifestar a vossa preocupação.
Agradecendo, desde já, a atenção.
Carlos Alberto Nepumoceno
Outeiro Seco
Chaves

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