terça-feira, 31 de março de 2009

Mensagem do Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento Vertical Dr. Francisco Gonçalves Carneiro

"Com a publicação de mais uma edicção do Jornal Escolar do Agrupamento Vertical Dr. Francisco Gonçalves Carneiro é tempo de reflectir, não apenas sobre o que é o nosso Jornal mas sobretudo sobre a "nossa" Escola/Agrupamento. Antes de mais é hora de reconhecer o excelente trabalho que a equipa dinamizadora do Jornal tem realizado, com a colaboração e contributo de todos quantos têm dedicado um pouco do seu tempo a esta iniciativa, em especial aos nossos alunos com os seus trabalhos, aos seus docentes que os orientam e aos Encarregados de Educação a quem quase sempre se destina o nosso Jornal. Uma palavra de reconhecimento quero também deixar à Associação de Pais do Agrupamento pela sua prestimosa colaboração a todos os níveis. A toda a equipa dinamizadora tenho que reconhecer o seu empenho e profissionalismo que ao longo de mais um período dedicaram a esta causa e que só termina quando chega às mãos de cada um.
Mas também é tempo de reflectir, o que acontece preferencialmente no final de cada período, sobre o que foi mais este tempo que voou quase sem darmos por ele. É tempo de pensarmos nos alunos, no que conseguimos transmitir-lhes em termos de conhecimentos, de valores, de atitudes, de saber ser e de saber estar. Todos sabemos como a tarefa de educar é cada vez mais difícil, novos desafios nos surgem diariamente, mas termos também que continuar a dizer que essa é uma tarefa de todos, em conjunto com as famílias, com os técnicos, com as instituições e não apenas uma tarefa dos professores. Os jovens são cada vez mais exigentes e a sociedade pede cada vez mais tempo aos pais retirando-o assim aos filhos. Cada vez mais a Escola é chamada a acolher por mais tempo os seus alunos e a dedicar-lhes mais tempo disponível com actividades lúdicas, pedagógicas e sociais. À Escola pede-se cada vez mais que tenha uma intervenção activa na vida social e familiar dos seus alunos e nem sempre com os meios necessários. Vivemos tempos difíceis para todos e só com as mãos unidas poderemos dar alguma esperança aos nossos jovens.
É também tempo de reflectir sobre os resultados, sobre os sucessos e os fracassos, uns e outros que são fruto de todos os que estão envolvidos nesta nobre causa que é a educação. É tempo de reflectir, de propor, de alterar, de começar de novo se for preciso. É nisto que consiste a educação, dar um passo de cada vez, tropeçar quando necessário mas seguir em frente. Para isso temos que continuar a contar com o empenho de toda a comunidade educativa, ainda que nem todos possam contribuir com o que seria de esperar. No nosso Agrupamento temos conseguido alcançar alguns sucessos que nos pareciam difíceis de alcançar, mas sabemos que ainda temos um grande caminho pela frente e a certeza de que o queremos percorrer.
Também nos aproximamos de mais uma época festiva que é a Páscoa, o que só por si nos deveria fazer reflectir sobre os valores da sociedade actual, os seus problemas, as suas incertezas, as suas virtudes e os seus defeitos. O objectivo dessa reflexão deve ser a procura do caminho certo para um mundo melhor, mais fraterno, mais amigo do ambiente, menos materialista e mais humano.
Para todos os elementos da Comunidade Educativa, o Presidente do Conselho Executivo, quer deixar uma palavra de gratidão e de esperança mas também votos de uma Páscoa Feliz!"
Professor Fernando Dias

VOTOS DE UMA FELIZ PÁSCOA


A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento Vertical Dr. Francisco Gonçalves Carneiro deseja a todos os Professores, Alunos, Funcionários, Pais/Encarregados de Educação e a toda a Comunidade Educativa, uma Santa e Feliz Páscoa.

Alunos faltam muito menos




Assiduidade, alunos do 3.º ciclo e ensino secundário, 1.º período, anos lectivos 2006-2007, 2007-2008 e 2008-2009

Alunos faltam muito menos

O número de faltas, justificadas e injustificadas, dos alunos do 3.º ciclo do ensino básico, correspondente aos 7.º, 8.º e 9.º anos, e do ensino secundário baixou de forma acentuada no primeiro período deste ano lectivo em termos homólogos, isto é, quando comparado com o mesmo período do ano lectivo anterior, revela um inquérito conduzido pelo Ministério da Educação sobre a aplicação do Estatuto do Aluno.

A informação obtida junto de 1.126 escolas, correspondentes a 94% do total, permite ainda verificar que a redução homóloga do número de faltas no 1.º período do ano lectivo em curso consolida e acentua uma tendência já detectada no 1.º período do ano lectivo 2007/08 face ao anterior. Esta evolução é muito positiva para os diversos agentes e actores, designadamente os próprios alunos, os professores e o pessoal não docente, e para o conjunto do sistema educativo, com os ganhos a reflectirem-se em campos tão diferentes como o pedagógico, o disciplinar ou o financeiro. 3.º ciclo No que respeita à assiduidade dos alunos do 3.º Ciclo, verifica-se uma forte diminuição do número de faltas no 1.º período deste ano lectivo, quer justificadas (-26,2%), quer injustificadas (-18,2 %), com a redução total a ser de 22,5% (ver quadro 1). Quadro 1 – Faltas, alunos do 3.º ciclo, 1.º período, 2006-07 a 2008-09

2006-2007
2007-2008
Var. (%)
2008-2009
Var. (%)
Faltas Justificadas
2.138.261
2.094.873
- 2,0
1.545.490
- 26,2
Faltas Injustificadas
2.012.299
1.757.455
- 12,6
1.437.316
- 18,2
Total
4.150.560
3.852.328
- 7,1
2.982.806
- 22,5


A mesma evolução é apresentada pelo número médio de faltas, por aluno, que baixa de forma significativa, tanto nas justificadas como nas injustificadas (ver gráfico 1).


Esta descida, expressa em termos percentuais, significa que a redução do número médio das faltas justificadas foi de 25% no 1.º período deste ano lectivo (de 7,2 para 5,4), depois de ter sido apenas de um por cento em 2007/08, enquanto que, da mesma forma, a baixa do número médio das faltas injustificadas foi agora de 18% (de 6,1 para 5) depois de ter sido 10% no ano anterior. Ensino secundário A mesma tendência para a consolidação e reforço da baixa do número de faltas observa-se no ensino secundário, com a redução global de 22,4% a ultrapassar a já de si também boa evolução do ano lectivo 2007/08, que assistira a uma contracção de 22,0 por cento.

Destaque-se, em particular, a fortíssima baixa na quantidade de faltas justificadas, que cai 31,7% para 590.647, valor que é pouco mais de metade do total de há dois anos lectivos, quando excedia o milhão (ver quadro 2). Quadro 2 – Faltas, alunos do ensino secundário, 1.º período, 2006-07 a 2008-09

2006-2007
2007-2008
Var. (%)
2008-2009
Var. (%)
Faltas Justificadas
1.087.540
864.838
- 20,4
590.647
- 31,7
Faltas Injustificadas
1.439.670
1104331
- 23,2
936.961
- 15,1
Total
2.527.210
1.969.169
- 22,0
1.527.608
- 22,4

O número médio de faltas por aluno, no ensino secundário, regista uma maior tendência de descida, que é ainda mais significativa no 1.º período do presente ano lectivo. A diferença que se verifica, face ao 3.º ciclo, é o facto de o número de faltas injustificadas ser, no secundário, sempre superior ao número de faltas justificadas (ver gráfico 2).


A quantidade média de faltas justificadas por aluno baixa agora 36% para 2,7 depois da redução de 19% no 1.º período do ano anterior, enquanto que a das injustificadas também cai – 19% agora para 4,3, depois dos 23% do ano passado para 5,3.


fonte: Ministério da Educação

Requalificação das Escolas

Governo e autarquias assinam acordos para a requalificação das escolas do ensino básico
O Governo assinou hoje em Caparide, Cascais, um conjunto de acordos com autarquias com vista à requalificação do parque escolar do ensino básico do 2.º e 3.º ciclo. Qualificar espaços, corrigir problemas de construção, melhorar as condições de acessibilidade e segurança e promover a melhoria das instalações escolares é essencial para responder aos desafios que se apresentam à escola do futuro.
É neste contexto que se insere o programa de requalificação das escolas básicas, que resulta da disponibilidade das autarquias e do Ministério da Educação para dar continuidade ao trabalho que, num espírito de colaboração estratégica, tem sido desenvolvido em prol da escola pública. Decisivos para a concretização deste desígnio são o apoio financeiro obtido no Programa Operacional de Valorização do Território, do Quadro de Referência Estratégico Nacional, e o reforço do Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) do Ministério da Educação.
Este programa inicia-se com a requalificação das 50 escolas básicas cujas instalações foram identificadas como sendo as mais degradadas em todo o País e representa um investimento total na ordem dos 175 milhões de euros. Lista de escolas a requalificar por concelho e direcção regional de Educação Direcção Regional de Educação do Norte Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto requalificação, substituição e ampliação da escola básica de Cabeceiras de Basto Câmara Municipal de Felgueiras construção da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos de Felgueiras Câmara Municipal de Guimarães requalificação e substituição da escola básica João da Meira Câmara Municipal de Lousada construção da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos de Nogueira Câmara Municipal de Matosinhos substituição das actuais instalações das escolas básicas dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de Matosinhos e de Leça da Palmeira Câmara Municipal de Paços de Ferreira para construção da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos de Freamunde Câmara Municipal de Paredes substituição e ampliação da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos de Baltar Câmara Municipal de Santa Maria da Feira requalificação e substituição da escola básica de Paços de Brandão;construção da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos n.º 3 de Santa Maria da Feira Câmara Municipal de São João da Madeira substituição e ampliação da escola João da Silva Correia Câmara Municipal de Santo Tirso construção da escola básica dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de S. Tomé de Negrelos / Ponte Câmara Municipal de Viana do Castelo ampliação da Escola Básica de Lanheses Câmara Municipal de Vila do Conde requalificação, substituição e ampliação da escola básica Frei João Direcção Regional de Educação do Centro Câmara Municipal de Castelo Branco requalificação e substituição da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos Afonso de Paiva Câmara Municipal de Lousã construção da escola básica da Lousã Câmara Municipal de Mortágua requalificação da escola básica Dr. José Lopes de Oliveira Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo Câmara Municipal de Abrantes requalificação da escola básica D. Miguel de Almeida Câmara Municipal de Alcobaça requalificação e ampliação da escola básica S. Martinho do Porto Câmara Municipal de Cascais substituição das actuais instalações da escola básica Santo António, Parede Câmara Municipal de Lisboa substituição das actuais instalações da escola básica dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de São Vicente de Telheiras Câmara Municipal de Loures requalificação e ampliação da escola Mário de Sá Carneiro Câmara Municipal de Odivelas requalificação da escola básica Gonçalves Crespo Câmara Municipal de Seixal construção da escola básica Santa Marta do Pinhal Câmara Municipal de Tomar requalificação da escola básica de D. Nuno Álvares Pereira Câmara Municipal de Torres Novas requalificação da escola básica Dr. António Chora Barroso Câmara Municipal de Vila Franca de Xira requalificação da escola básica Dr. Vasco Moniz;requalificação, substituição e ampliação da Escola Básica Pedro Jacques de Magalhães Direcção Regional de Educação do Alentejo Câmara Municipal do Alvito construção da escola básica dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Alvito Direcção Regional de Educação do Algarve Câmara Municipal de Lagos construção da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos de Lagos Câmara Municipal de Portimão construção da escola básica dos 2.º e 3.º ciclos da Bemposta

Boletim Semanal de Informações ao MAP


Publicado em Diário da República
― Portaria n.º 292/2009. D.R. n.º 57, Série I de 2009-03-23, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade SocialEstabelece o valor da taxa contributiva aplicável aos trabalhadores que exercem funções públicas, abrangidos pelo disposto no artigo 10.º da Lei n.º 4/2009, de 29 de Janeiro.
― Aviso n.º 6017/2009. D.R. n.º 57, Série II de 2009-03-23, do Ministério da Educação
― Direcção-Geral dos Recursos Humanos da EducaçãoPublicitação das listas provisórias de ordenação e exclusão do concurso de recrutamento para o exercício de funções docentes de ensino do português no estrangeiro na República da África do Sul, Namíbia e Suazilândia, para o ano escolar de 2009.
― Portaria n.º 303/2009. D.R. n.º 58, Série I de 2009-03-24, do Ministério da EducaçãoEstabelece medidas excepcionais destinadas a suprir a carência de pessoal docente com habilitação profissional legalmente exigida para o grupo de recrutamento de Espanhol (código de recrutamento 350).
― Despacho n.º 8463/2009. D.R. n.º 59, Série II de 2009-03-25, do Ministério da Educação
- Gabinete do Secretário de Estado da EducaçãoConcessão de licença sabática para o ano escolar de 2009-2010.
― Declaração de rectificação n.º 884/2009. D.R. n.º 59, Série II de 2009-03-25 do Ministério da Educação ― Direcção-Geral dosRecursos Humanos da EducaçãoRectifica o aviso n.º 5432-A/2009, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 50, de 12 de Março de 2009.
Para publicação em Diário da República
Informações Gerais
― Extensão do programa de desenvolvimento e expansão da rede da educação pré-escolarO período de recepção das candidaturas à linha de financiamento para apoiar iniciativas de alargamento do parque de educação pré-escolar, apresentadas por municípios e instituições particulares de solidariedade social ou equiparadas, que se situem nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, tem início no dia 20 de Março.
Para mais informações: http://www.min-edu.pt/np3/3359.html
― Comemoração do 35.º aniversário do 25 de Abril de 1974 ― Criação de cartaz
O Resultado do Concurso de Design Criação de cartaz comemorativo do 35.º aniversário do 25 de Abril de 1974, pode ser consultado em: http://sitio.dgidc.min-edu.pt
― Concurso para a integração nos quadros dos professores do ensino especializado da música e da dança
O Ministério da Educação (ME) estabelece o regime de integração nos quadros dos estabelecimentos públicos do ensino especializado da música e da dança dos docentes contratados em exercício efectivo de funções, mediante um procedimento concursal prévio.
Para mais informações: http://www.min-edu.pt/np3/escolas
― Conferência Europeia sobre Escolas Promotoras de Saúde Educação para a Saúde
Entre 15 e 17 de Junho de 2009, vai ter lugar em Vilnius, Lituânia, a 3.ª Conferência Europeia sobre Escolas Promotoras de Saúde.
Para mais informações: http://sitio.dgidc.min-edu.pt
― Olimpíada da Ciência da União Europeia (EUSO)
A Olimpíada da Ciência da União Europeia é uma competição destinada a estudantes com menos de 16 anos, especialmente interessados no ensino das ciências, e, pretende estimular a escolha de carreiras científicas, desenvolver talentos, proporcionar troca de experiências e contactos entre estudantes que podem vir a participar nas olimpíadas Internacionais da Ciência.
Para mais informações: http://sitio.dgidc.min-edu.pt
― CD-ROM: Aventura na Ilha das Cores
CD-ROM com jogo destinado a crianças entre os 3 e os 8 anos.
Para mais informações: www.eme.pt/
― Programa bilateral Luso – Francês: candidaturas para Assistentes de Português em FrançaO prazo de candidaturas para Assistentes de Português em França, ao abrigo do Programa de Intercâmbio Luso - Francês, para o ano lectivo de 2009/2010, foi dilatado até dia 27 de Março de 2009.
Para mais informações: www.gepe.min-edu.pt/
― IV Festival 100 Cenas - Festival Escolar de Vídeo e Multimédia
Para mais informações: www.drealentejo.pt/
― O Relatório Anual do Programa Escola Segura relativo ao Ano Lectivo 2007/2008
Foi apresentado o Relatório do Programa Escola Segura relativo ao Ano Lectivo 2008/2009.
Para mais informações: http://www.min-edu.pt/
― X Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação
O X Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação terá lugar em Bragança, de 30 de Abril a 2 de Maio. Organizado pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança e a Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, o congresso é dedicado ao tema Investigar, Avaliar, Descentralizar.
Para mais informações: http://w3.dren.min-edu.pt/
― Relatório da Inspecção-Geral de Educação relativo à Organização do Ano Lectivo 2008/2009
Foi apresentado o Relatório da Inspecção-Geral de Educação relativo a Organização do Ano Lectivo 2008/2009.
Para mais informações: http://www.min-edu.pt/
O relatório nacional Organização do Ano Lectivo 2008/2009 [PDF] também disponível em:
A apresentação do relatório em powerpoint [PPS] ― 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo
A Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) apoia a realização de um concurso escolar integrado na iniciativa que visa eleger as 7 Maravilhas de origem portuguesa no mundo.
Para mais informações: http://sitio.dgidc.min-edu.pt
Fonte: Boletim CIREP, Ministério da Educação, Confap, Outros

sábado, 28 de março de 2009

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS







Ainda antes da abertura do Encontro Nacional, a Confap esteve na RTP no 'Bom dia Portugal' onde Albino Almeida, presidente da Confap, foi entrevistado e antecipou o que iria ser o Encontro Nacional.


clique na imagem para ver o video

A sessão de abertura contou com a participação da Sr.ª Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, entre vários convidados.

Na parte da manhã foram apresentados os trabalhos de acompanhamento das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) pela Confederação Nacional das Associações de Pais - Confap nos últimos dois anos. Os resultados estatísticos obtidos na análise de cerca de mil questionários feitos aos encarregados de educação dos alunos das turmas que receberam as visitas de acompanhamento irão permitir um melhor conhecimento do impacto que estas actividades têm na vida dos alunos e respectivas famílias.

António Chaves, coordenador das AEC da EB1 da Quinta de S. Gens e Correia Pinto, Presidente da Câmara de Matosinhos, apresentaram um projecto inovador em curso naquele município, onde se inclui a construção de um edifício escolar com múltiplas valências que potenciam a escola como centro cultural da comunidade educativa. Logo a seguir ao almoço a assembleia pôde assistir à apresentação sobre o Empreendedorismo, pela Junior Achivement, Dr.ª Joana Loureiro.À evolução do Projecto DADUS, feita pela Dr.ª Isabel Pinhão da Comissão Nacional de Protecção de Dados, (http://www.cnpd.pt/) membro da Plataforma Net Segura de que a Confap faz também parte.À apresentação do projecto Media Smart pela Dr.ª Luísa Agante, de que a Confap é parceira.Após a apresentação da Marcha pela Paz e Não-Violência, que irá passar por Portugal entre os dias 2 de Outubro e 12 de Novembro, a assembleia iniciou os trabalhos de definição da Agenda Educativa dos Pais para 2009/13.
Da AGENDA EDUCATIVA DOS PAIS, foi feito o resumo de todas as reivindicações dos pais desde 2003, fazendo-se um balanço do que foi alcançado, o que falta fazer e os novos desafios que se nos deparam.Muitos foram os contributos presentes que serão organizados num dossier a apresentar brevemente.
Damos nota da apresentação feita desde 2003 (clique na imagem)


Notícia nos serviços noticiosos da RTP com um directo a Mira: clique na imagem para ver o video


Alguns dos artigos na Imprensa escrita e online (links):

Pais defendem escola mais compatível com horário de trabalho
Rádio Renascença - Lisboa,Lisboa,Portugal... o tema 'Confiança nos Pais, na Escola e nos Parceiros', um dia antes de realizar a Assembleia-Geral que deverá reeleger como presidente Albino Almeida. ...
RTP - Lisboa,Portugal
Na cerimónia de abertura do encontro, promovido pela Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Maria de Lurdes Rodrigues salientou que o ...
Jornal de Notícias - Porto,Porto,PortugalNa cerimónia de abertura do encontro, promovido pela Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Maria de Lurdes Rodrigues salientou que o ...
Rádio Renascença - Lisboa,Lisboa,PortugalO presidente da CONFAP, Albino Almeida, sublinha a importância deste alargamento dos horários para as famílias. “A CONFAP considera que este é um dos ...
Diário IOL - Lisboa,PortugalEm declarações à Agência Lusa, Albino Almeida salientou que muitas das medidas que os pais exigiram aos partidos políticos num manifesto de 2005 foram ...

UMA PALAVRA DE RECONHECIMENTO À APEE MIRA PELO ACOLHIMENTO E ORGANIZAÇÃO DESTE EVENTO.

ASSEMBLEIA GERAL E ELEITORAL DA CONFAP

A assembleia geral da Confap realizou-se no segundo dia do encontro das associações de pais que decorreu nos dias 14 e 15 em Mira.
Da ordem de trabalhos faziam parte vários assuntos de que se destaca a apresentação do Relatório e Contas do Exercício do ano anterior e do parecer do Conselho Fiscal. O relatório recebeu algumas críticas por parte de alguns membros da assembleia, nomeadamente em relação à forma demasiado técnica como foi apresentado. A votação foi favorável à aprovação tanto do relatório como das contas. A lista, única, candidata aos novos órgãos sociais da Confap para o biénio 2009/11 apresentou, através do seu cabeça-de-lista, Albino Almeida, a sua proposta de plano de actividades e o respectivo orçamento.
No período antes do acto eleitoral foram apresentadas propostas e moções, tendo o momento alto sido atingido com a proposta de homenagem ao companheiro Ramiro de Freitas, em reconhecimento do trabalho efectuado em prol da melhoria da prestação de serviços de apoio aos alunos e suas famílias, bem como em prol do movimento associativo de pais. A aprovação da iniciativa foi prolongadamente ovacionada de pé pela assembleia e foram muitos os membros que aproveitaram para felicitar, pessoalmente, o homenageado.
No apuramento dos resultados eleitorais, verificou-se que a lista única foi votada favoravelmente pela maioria dos membros da assembleia. O encontro terminou com o acto de posse dos novos membros dos órgãos da Confap.
ÓRGÃOS SOCIAIS DA CONFAP
Biénio 2009 / 2010
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente
Joaquim Adélio Castro
APEE Ponte Santo Tirso
1º Secretário
Miguel Quintão Caldeira
APEE ES S João Talha Lisboa
2º Secretário
Maria de Fátima Viegas
APEE EB1/JI P Mourinha Portimão
CONSELHO EXECUTIVO
Presidente
Albino Pinto de Almeida
FEDAPAGAIA V. N. Gaia
Vice-Presidente
António Amaral de Almeida
UCAPA Almada
Secretário
Joaquim Manuel Argel
AP ES Montemor-o-Velho
Tesoureiro
José Manuel Silva
APEE EB2/3 Gonçalo Nunes Barcelos
Vogal
Ana Maria Vidigal da Silva
APEE ES Albufeira Albufeira
Vogal
Hermínio José Corrêa
APEE ES S Dinis Lisboa
Vogal
Gina Ferreira Oliveira
APEE EB1/JI Rosa Colaço Almada
Suplente
Manuel Carlos Fernandes
APEE Ponte Santo Tirso
Suplente
Fernando Luís Coelho
APEE ES Palmela Palmela
CONSELHO DE JURISDIÇÃO E DISCIPLINA
Presidente
Maria Manuela Valente
AP EB1 Marinha 1 V. N. Gaia
Vogal
António de Almeida Farto
COSAP Setúbal - Setúbal
Vogal
José Eduardo Coelho
APEE S/3 Sabugal Sabugal
Vogal
Firmino António Alves da Luz
APEE EB2/3 Leça Balio - Matosinhos
Vogal
Aníbal João Fonseca Queiroz
APETEL / Gaia V. N. Gaia
Suplente
César Alberto Campos
FECAP-Barcelos Barcelos
Suplente
Agostinho Manuel Almeida
APEE AE Pedro E Lobato - Seixal
CONSELHO FISCAL
Presidente
Maria Bernardete Castro
FCAPGUI Guimarães
Vogal
José Manuel Pinto de Sá
APEVA V. N. Gaia
Vogal
Carlos Martins da Silva
FAPCOA Olivª de Azeméis
Agradecemos a colaboração da União de Pais da Caparica na elaboração deste artigo.

Relatório da IGE relativo à organização do Ano Lectivo 2008/2009



De acordo com este relatório, verifica-se um aumento significativo do número de estabelecimentos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico abertos oito ou mais horas por dia. Enquanto, desde 2005/2006 até 2008/2009, o número de jardins-de-infância com este horário de funcionamento aumentou de 61 por cento para 83 por cento, no 1.º ciclo esse número mais do que duplicou, registando-se uma subida de 41 por cento para 95 por cento.
Nestes quatro anos, o número de jardins-de-infância com actividades de animação e apoio à família teve um crescimento de 65 por cento para 80 por cento, enquanto o número de escolas do 1.º ciclo com actividades de enriquecimento curricular ascendeu de 67 por cento para 99 por cento. Relativamente à oferta de refeições escolares, o aumento mais significativo verificou-se no 1.º ciclo, nível de ensino no qual o número de estabelecimentos com acesso a serviço de refeições subiu de 47 por cento para 94 por cento, desde 2005/2006.
O número de escolas com um reduzido número de alunos teve uma descida acentuada, desde 2004/2005 até 2008/2009, de 28 por cento para 3 por cento. No sentido inverso, o número de escolas com 51 a 100 alunos cresceu de 14 por cento para 22 por cento e o número de escolas com mais de 100 alunos subiu de 15 por cento para 25 por cento. No que respeita às ofertas educativas e formativas de nível secundário, merece especial destaque o aumento do número de alunos no ensino profissional, que passou de 4,8 por cento para 20 por cento, entre 2006/2007 e 2008/2009. Neste mesmo período, o número de docentes da Educação Especial registou uma subida de 3,3 por cento para 4,3 por cento. A acentuada redução da mobilidade docente nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e no ensino secundário é outro dos aspectos a destacar, entre 2005/2006 e 2008/2009, com uma descida de 28 por cento para 14,6 por cento.
Mais informações:
1 – O relatório nacional Organização do Ano Lectivo 2008/2009 está disponível em :
2 – A apresentação deste relatório em powerpoint está disponível em:

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– Boletim informativo de Interactividade, Comunicação e Aprendizagem

quinta-feira, 26 de março de 2009

Comemorações do Bicentenário das Invasões Francesas




No dia 25 de Março, os alunos das EB1 de Vila Nova de Veiga, Vilela do Tâmega e N.º 1 de Chaves deslocaram-se ao exterior do Forte de São Francisco, local onde se procedeu à inauguração de um mural relativo às Invasões Francesas e de uma estátua do General Silveira montado a cavalo.
Nesta cerimónia estiveram presentes muitas individualidades:
- O Senhor Presidente da República Dr. Aníbal Cavaco Silva,
- o Senhor Presidente da Câmara de Chaves , Dr. João Baptista,
- o Dr. Montalvão Machado,
- os senhores presidentes das câmaras do distrito,
- presidentes das juntas das freguesias de Chaves, ....
Desta lista faziam parte ainda o Sr. Ministro da Defesa e altas patentes do exército.
Os alunos assistiram à cerimónia e o Sr. Presidente a República, Dr. Aníbal Cavaco Silva, agradeceu aos mais pequeninos a presença no local.
A pequenada cantou o Hino Nacional com muito entusiasmo e mostrou-se feliz por ter contactado com o Sr. Presidente da República tão de perto.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Boletim trimestral nº 4 da BE

O Boletim trimestral da BE do Caneiro visa divulgar algumas actividade/trabalhos elaborados pelos alunos do Jardim de Infância, das escolas do 1º CEB e pelos formandos da Certificação de Adultos do Agrupamento no âmbito do Projecto Biblioteca Digital. Para o efeito podem também visitar o nosso Blog onde poderão visualizar mais actividades realizadas, cujo endereço é http://www.bibliotecasafgc.blogspot.com/.


terça-feira, 24 de março de 2009

Obesidade infantil está a aumentar em Portugal

Enviado por Sábado, Março 21 @ 14:47:18 CET por Amaral
O número de consultas de obesidade pediátrica está a aumentar em Portugal. 61% das crianças que aparecem nas consultas têm menos de 10 anos. “Crianças com excesso de peso aparecem cada vez mais e com menos idade", diz Graciete Bragança, pediatra no Hospital Amadora-Sintra. Sensibilizar os pais para a prevenção e acção é essencial para evitar complicações futuras.“Crianças com excesso de peso aparecem cada vez mais e com menos idade. A epidemia do séculos XXI alastra-se e, na verdade, é já a partir dos 2 anos que os pais começam a levar os filhos à consulta. No entanto, a média de idade dos consultados nos serviços de pediatria ronda os nove anos”, refere Graciete Bragança, pediatra no Hospital Amadora-Sintra e responsável pelo estudo que analisa a obesidade infantil. Dados apresentados, no 26.º Encontro Nacional de Clínica Geral, a decorrer em Vilamoura, indicam que 21% das crianças avaliadas têm excesso de peso e 9,5% são obesas. São os alunos do 1º ciclo os que apresentam um maior índice de gordura corporal. O estudo revela ainda que 49% das crianças com excesso de peso ou obesas tem joelho valgo (uma deformidade ortopédica que se caracteriza pelos joelhos curvados para dentro); 25% são insulino-resistentes e 18% tem esteatose hepática (acumulação de gordura no fígado). Denunciando o risco de persistência da obesidade na idade adulta, o estudo comprova que em crianças na fase pré-escolar a incidência em adulto é de 26% a 41%, sobe na idade escolar para uma prevalência de 42% a 63% e na adolescência tem uma representação de 66% a 78%. Manuela Ambrósio, médica de família no Centro de Saúde do Entroncamento, afirma que, “na sua maioria, os pais não estão atentos para o excesso de peso dos filhos. Em consultas de rotina, é o médico de família quem identifica a situação. Em muitos casos, os pais menosprezam o problema e raramente respondem positivamente às recomendações feitas pelo seu médico”.“O excesso de peso representa uma menor qualidade de vida para a criança que se cansa com facilidade, tem dificuldade em mexer-se e apresenta uma baixa auto-estima. Sensibilizar os pais para a prevenção e acção, reforçando as complicações futuras deste problema, é essencial”, conclui a médica de família.
21Março2009

IDT: Pais têm de controlar mais o que os filhos bebem

Enviado por Quarta, Março 11 @ 12:39:52 CET por Amaral
O presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) acusa os pais de se «demitirem das responsabilidades enquanto educadores» ao permitirem que os filhos saiam à noite e bebam em excesso. Para o presidente do IDT, João Goulão, não faz sentido a ideia de que os progenitores desconhecem o que fazem os filhos: «Os pais têm de saber o que os filhos bebem quando saem à noite» e por isso, conclui, estão a «demitir-se das suas responsabilidades enquanto educadores». «Quando saem, muitos jovens bebem álcool e também bebem o juízo», disse João Goulão, em entrevista à agência Lusa. Além das mazelas directas para a saúde do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, João Goulão lembra que essas noitadas podem terminar em gravidezes não desejadas, no contágio de doenças sexualmente transmissíveis, envolvimento em actos de violência e acidentes de viação. Os consumidores de álcool apresentam «com mais frequência envolvimento com experimentação e consumo de tabaco e substâncias ilícitas e envolvimento em lutas e situações de violência na escola», alerta o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool, do IDT, em discussão pública desde Fevereiro. De acordo com estudos referidos no plano, os jovens começam a beber cada vez mais novos e em cada vez mais quantidades: o início do consumo de álcool está a aumentar entre os 15 e os 17 anos, tendo passado dos 30 por cento em 2001 para os 40 por cento em 2007. Além disso, os mais novos estão a adoptar perigosos padrões de consumo até agora associados aos povos nórdicos, de «grandes exageros aos fins-de-semana». Quase metade dos jovens entre os 15 e os 24 anos admitiu ter tido, pelo menos uma vez no último ano, um consumo tipo binge (mais de quatro doses de bebida numa só ocasião) e 11,2 por cento dos adolescentes entre os 15 e os 19 anos assumiram «ter-se embriagado no último mês», refere o relatório, citando um estudo nacional. «Os portugueses estão a adoptar padrões de consumo nórdicos, ou seja, de grandes exageros ao fim-de-semana e quase abstinência durante a semana», afirmou o presidente do IDT. João Goulão lembrou que os portugueses bebiam «tradicionalmente num contexto de convivialidade»: «Quando havia uma reunião de amigos, as pessoas iam conversando, discutindo e bebendo». «Agora, nesta nova forma de beber, muitas pessoas embebedam-se mesmo antes de ir ter com os amigos. Bebem rapidamente muitas quantidades com o intuito claro de alterar o seu estado de consciência e depois é que vão para a rua. É a nova tendência de beber dos jovens», alertou. O binge drinking é responsável por 27 mil mortes acidentais, dez mil suicídios e dois mil homicídios todos os anos na Europa, refere o relatório do IDT. «Este tipo de consumo não é exclusivo dos jovens e cerca de 80 milhões de europeus com idade superior a 15 anos disseram ter praticado binge drinking pelo menos uma vez por semana, em 2006», lê-se ainda no Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool. Com base em estudos internacionais, o documento acrescenta que «cerca de 25 milhões de europeus com mais de 15 anos de idade referem que o binge foi o seu padrão habitual de consumo no último mês». «Embora o consumo médio de álcool tenha vindo a decrescer na UE, a proporção de jovens e jovens adultos com padrões de consumo nocivos cresceu na última década em muitos dos Estados-membros», estando os menores de idade entre os que apresentam padrões mais preocupantes, destaca o documento. O álcool causa anualmente 195 mil mortes na Europa, sendo a faixa etária entre os 15 e os 29 anos a mais afectada. Para reduzir os consumos, o IDT propôs ao Ministério da Saúde alterar a permissão de venda e consumo de álcool dos actuais 16 para os 18 anos e a «promoção da fiscalização sistemática nos locais de consumo e venda». Diário Digital / Lusa 11-03-09

Sexualidade: Pais precisam de educação sexual

Os pais portugueses estão não estão preparados para assumirem a educação sexual dos filhos e necessitam urgentemente de formação, disse na noite de terça-feira, na Figueira da Foz, o monsenhor Vítor Feytor Pinto.
Intervindo durante a tertúlia Reacontece, no Casino da Figueira da Foz, sobre a educação sexual nas escolas, Feytor Pinto considerou que a sexualidade é «dominada por tabus» no seio das famílias portuguesas e que estas revelam falta de preparação para falarem do tema com naturalidade.
«Quem precisa urgentemente de educação sexual são os adultos. Se nós não tivermos adultos a saberem com o que é que lidam, efectivamente nunca poderão ser educadores», disse. «Os pais que não têm formação, que ainda não descobriram a beleza da sexualidade de uma maneira positiva e apenas vêem o monstro da sexualidade, como é que podem ser os educadores dos seus filhos?», inquiriu. Frisando que os pais nessa situação «têm de recorrer à escola» numa perspectiva de complementaridade, Feytor Pinto sustentou a educação para a sexualidade humana «é muito mais vasta do que a actividade sexual». «[A sexualidade] contém como elemento mais pobre a actividade sexual», referiu. Feytor Pinto recusou que a Igreja Católica possua uma visão retrógrada da sexualidade humana, embora tenha admitido existirem «algumas vozes» retrógradas «que têm que mudar». «É essa a minha luta há 27 anos, não estou no ar, estou a lutar por isto. Por isso me especializei, trabalhei na área, para dizer aos padres, aos bispos, o que se deve fazer nesta área extremamente importante para a educação das novas gerações», sublinhou. Presente no debate, a psicóloga Margariga Gaspar de Matos - que integrou o Grupo de Trabalho para a Educação Sexual (GTES), que laborou durante dois anos e cujas propostas foram acolhidas no projecto-lei do Partido Socialista, recentemente aprovado no Parlamento -- disse que existem escolas em Portugal com trabalho efectivo na área da educação para a Saúde. «Há muita coisa a ser feita. Às vezes as pessoas não sabem, para injustiça dos próprios professores», disse. Alegou que a nova lei surgiu da necessidade de outras escolas «que funcionam mal» assumirem responsabilidades e prestarem contas à sociedade civil. «Por isso é que há uma lei, é para proibir as escolas de qualidade baixíssima de continuarem assim», disse Por outro lado, aconselhou os estabelecimentos de ensino «de excelência» a ignorarem a nova lei. «Continuem, não liguem à lei. Façam mais do que a lei, que é o que já estão a fazer até agora», exortou.
Diário Digital / Lusa 11-03-09

Abusos na net - pedófilos on-line

Tempo de sobra, hormonas que se agigantam.
E um computador cheio de promessas.
Está lá tudo. O bom e o mau.
Os pais ficam descansados, convencidos de que os perigos andam na rua.
Esquecem-se de que já cabem no quarto - geralmente fechado - de um adolescente.
Esta é a primeira geração que pode descobrir o mundo sem sair de casa - na aldeia global.
- 'Oi. Teclas?'- 'Ok. Cm xamas?'- 'António. Tu?'- 'Diana.'- 'És mt gira!' Parece conversa inocente - entediante, até -, mas é o início mais banal de um abuso sexual do século XXI. A escolha começa nos perfis em sites sociais como o Hi5 ou o MySpace e passa para a troca de mensagens instantâneas como o messenger (MSN). Logo vem o elogio que reforça a auto-estima, sempre em linguagem abreviada para entrar na onda juvenil. Depois, oferece-se compreensão sobre as dificuldades de relacionamento com os pais. E qual é o adolescente que as não tem? Seguem-se novos elogios e pedidos para se conhecerem melhor. Introduzem-se palavras menos inocentes, como 'virgindade', 'sexo' ou 'pénis' para ver a reacção. Continua o interesse. Trocam-se umas fotos (as deles geralmente falsas), elas percebem que o 'amigo' é um pouco mais velho, mas até ficam orgulhosas com a conquista. Além disso, já lá vão umas semanas e começam a gostar daquela companhia. Não tarda muito e a webcam está ligada para trocar intimidades. À distância custa menos e pode ser uma forma de aprender alguma coisa para quando, finalmente, se tiver um namorado 'a sério'. Na altura em que o virtual começa a insistir num encontro real, é tarde de mais para recuar. 'Se não vens ter comigo, ponho as tuas fotos nua na Internet!' O jovem tinha, afinal, 52 anos. Era tudo falso. Tudo menos as ameaças. Foi assim com Diana. Foi assim com mais de duas dezenas de adolescentes portugueses, em 2008. Dez investigados na Judiciária do Porto, oito na de Lisboa e um na da Madeira. Em flagrante Diana é, de facto, gira. Mas precisa que lho digam. Alta e esguia, cabelo longo, com corte moderno, disfarça mal a timidez. Não parece ter apenas 13 anos. Talvez a experiência de vida - forçada - do Verão passado lhe tenha amadurecido as feições. Olhando para trás, havia indícios de história por contar. Mas também podia ser o retrato de milhões de adolescentes. Porta do quarto sempre fechada, atrasos permanentes à hora da refeição para poder estar mais um bocadinho a teclar, telemóvel debaixo da mesa a enviar mensagens. Naquela noite de lágrimas, a mãe, técnica comercial, de 39 anos, percebeu que não era só uma fase. Desculpou-se perante as visitas e fechou-se no quarto com a filha. 'Então, conta lá.' Ainda foi preciso ir buscar um copo de água para acalmar choro e soluços. Só faltava pôr cara de mãe paciente e compreensiva para o que pensava ser 'mais um drama de adolescente'. Um amigo na Net. Nada de mais. Uma foto nua. Ainda não estava impressionada. 'Há tantas. Não sou moralista.' Chantagem para um encontro de sexo... A filha começava a ficar aliviada e a mãe a afligir-se. 'Esse tipo é um parvalhão, mas não vai ter sorte nenhuma connosco!', conseguiu dizer. Inquietude de mãe não tem horas. Embora fosse já de madrugada, alguns amigos ainda receberam telefonemas. Denunciar o caso à Polícia Judiciária era o conselho inevitável. Na manhã seguinte, já tudo estava a andar. Diana tinha instruções para esperar que o chantagista voltasse a contactá-la e combinar o temido encontro. Ia fazer de isco para a PJ apanhar o pedófilo em flagrante. 'Mãe! Ele está no messenger. O que faço?', grita Diana. 'Empata-o!' Era preciso dar tempo para ligar à PJ. Ele repete a ameaça: 'Tem de ser hoje, senão já sabes. Os teus amigos vão ficar todos a saber!' Ela concorda. Ele propõe encontro em local demasiado movimentado. Por indicação dos inspectores, ela inventa que não consegue lá chegar. Acorda-se outro local, público, mas de maior visibilidade, na área da Grande Lisboa. A mãe de Diana não sabe bem como passou aquela hora em que estava obrigada a esperar por notícias em casa. 'Não é a fugir que apanhamos tipos destes. Aceitei, porque confio na PJ', afirma. A jovem adolescente recusa-se a falar mais no assunto. Mas este é o único caso em que a polícia foi chamada a intervir antes do mal feito. Troféus filmados Fingindo que fazia o percurso de transportes públicos, Diana foi respondendo aos sms do homem que, poucas semanas antes, parecia o seu melhor amigo. No local combinado, não foi muito difícil à polícia identificar alguém que, apesar dos mais de 50 anos, estava sempre com o polegar no telemóvel. Tudo indica que outras meninas, algumas até mais jovens, foram menos inteligentes a lidar com a chantagem. Como é costume no comportamento dos pedófilos, também este, com família e residente na margem sul, terá guardado troféus filmados dos abusos. Internet, telemóvel e teletexto A coragem de Diana foi festejada pela família e elogiada pela polícia. Não é para menos. Quando os casos chegam às autoridades - e todos admitem que a maioria das vítimas não se queixa - já os desaparecimentos, violações e agressões sexuais aconteceram. Ainda esta semana a PJ de Coimbra divulgou o caso de uma jovem de 19 anos, violada por um homem de 33, depois de o conhecer num chat. Há a adolescente que foge de casa, pensando que vai juntar-se com um loiro de olhos azuis e tem à sua espera um adulto de outra raça e com uma deficiência física. Há a desportista de 13 anos que tem relações com os colegas mais velhos, nos balneários, e se suicida, depois de eles divulgarem as imagens na Internet. Há rapazes que pensam que combinaram encontro com uma rapariga e acabam violados por vários homens. Em todos existe algum voluntarismo, gosto pelo perigo e, sobretudo, inexperiência. 'Qualquer pessoa pode entrar num chat e tentar seduzir quem está do outro lado. Os miúdos passam muita informação sobre eles próprios. É uma companhia virtual, que se interessa e lhes dá muita importância. Sentem-se à vontade para se expor, porque não são criticados', concluiu a psicóloga forense Catarina Ribeiro, 32 anos, depois ter ouvido o testemunho de cinco vítimas de abusos on-line do Norte do País. Embora a Internet seja a novidade tecnológica mais associada ao perigo, também há registo de contactos iniciados por telemóvel e até pela televisão, através do teletexto. 'Olá. Gostava de te conhecer.' Singelas mensagens como esta, enviadas por telemóvel, deram origem a três vítimas de agressões sexuais, duas em investigação na PJ do Porto e uma na de Lisboa. O sms é enviado ao acaso e qualquer um pode recebê-lo. A maioria vê-o como um engano e apaga, mas alguns jovens entendem-no como uma forma divertida de conhecer pessoas novas. Maria, 12 anos, respondeu. Poucos dias depois, já tinha dito o nome, a idade e em que escola andava. Especialistas na arte de bem manipular, aos pedófilos bastam algumas semanas para conseguir que a curiosidade das adolescentes fique aguçada ao ponto de desejarem tanto o encontro como o agressor. Só que, ao contrário deste, não sabem ao que vão. Maria esperava um rapaz pouco mais velho do que ela. 'Vou ter contigo e damos uma volta de carro.' Ela aceitou. Acabou violada num descampado, à beira-rio, por um homem com cerca de 40 anos. 'A imaturidade na antecipação do perigo, juntamente com a vontade de conhecer o desconhecido e de testar os limites são próprios da adolescência. A Internet é só um meio diferente de criar riscos. Há características coincidentes entre estas vítimas e as de abuso sexual em geral. São carentes, com baixa auto-estima e falta de supervisão', defende Catarina Ribeiro. Interessados em sexo David Finkelhor, 61 anos, autor do estudo Predadores on-line e as suas vítimas, e director do Centro de Investigação sobre Crimes Contra as Crianças da Universidade de New Hampshire, nos EUA, também evita a diabolização das novas tecnologias. 'Só um pequeno número de adolescentes procura o risco on-line. Sem Internet, correriam riscos na mesma.' Mas contraria a ideia de que os jovens desconhecem os perigos: 'Em certos aspectos são ingénuos. Acreditam que eles gostam delas, que dará certo, que ninguém vai perceber. Mas não são ingénuos no sentido de desconhecerem o que pode acontecer na Internet. Sabem que as pessoas com quem falam estão interessadas em sexo.' Filipe Reis, 14 anos, admite que não consegue viver sem Internet. 'Esteve avariada dois dias e parecia que me faltava o que comer', reconhece. Desde que sai da escola, pelas cinco da tarde, até às onze da noite, não faz mais nada. 'Às vezes, nem janto.' Trabalhos de casa? 'Levanto-me um bocadinho mais cedo e faço-os a correr.' Mas nem este vício assumido lhe tolda o discernimento. 'Não vou muito a chats. Nota-se que há lá pessoas com outras intenções. Quando começam a pedir dados pessoais e a ter conversas mais íntimas, desligo.' O que não quer dizer que a Internet não sirva para arranjar namoradas: 'São sempre amigas de amigos e confirmo se são giras antes de marcar um encontro', diz, como que a provar a tese de Finkelhor. Sempre on-lineVer televisão, 'conversar' com cinco pessoas no messenger e, simultaneamente, 'ouvir uma música', resume o tempo livre de Camila, 13 anos, colega de Filipe. Ao cinema diz que não, meter conversa pessoalmente parece uma missão impossível. 'On-line nem coro', reconhece. Fora da Internet, seria muito mais difícil fazer amigos. Já Catarina, 14 anos, também não dispensa o Hi5, mas o seu forte são as mensagens. Tem um pacote com 1 500 sms gratuitos por semana. E usa-os todos. Nenhum destes alunos do Colégio S. Miguel, em Fátima, foi vítima de abusos sexuais. Nem associavam a Internet a perigo até umas colegas mais velhas terem apresentado à escola o seu trabalho sobre predadores on-line. Nesse dia, o auditório encheu-se. Tal como se esgotam os lugares em todas as sessões dadas por Tito Morais, um pai de 46 anos que criou o Projecto Miúdos Seguros, na Net. 'Há muitos pais e professores infoexcluídos. Quando vêm com a história de que não percebem de computadores digo logo que isso não tem nada a ver. É um problema de crescimento. Os filhos dominam a parte tecnológica, não a experiência de vida.' A leveza virtual Se é verdade que milhões de jovens usam a Net e só um pequeno número se expõe ao perigo, não é menos certo que os pedófilos passaram a ter autênticos catálogos por onde escolher. E nada mais fácil do que prová-lo. José Félix Duque, 33 anos, assessor técnico da direcção da Associação de Apoio à Vítima (APAV), ficcionou perfis de jovens adolescentes na Internet e recebeu dezenas de contactos, chegando mesmo a marcar encontros com vários adultos. 'Quando insistia que era muito nova, diziam sempre que era a primeira vez, que só ia acontecer porque era especial.' Tal como a polícia, também José Félix Duque concluiu que há novos, velhos, casados, solteiros, com filhos, sem filhos, quadros superiores ou semianalfabetos entre os predadores. Além do gosto pelo poder sobre alguém inexperiente, têm em comum o desvio sexual. 'Perguntavam muito como era a roupa interior. Para ganharem a confiança delas, vão-se expondo. Na primeira foto, aparecem de óculos de sol, depois tiram os óculos e, passados uns dias, já estão a masturbar-se para a webcam.' A experiência, usada na elaboração do manual de procedimentos para atendimento a crianças vítimas de violência sexual, deixou-lhe uma certeza: 'A pessoa, na Internet, perde valor. Tudo é fictício. Tudo se torna insustentavelmente leve.' A história de Sérgio, 15 anos, prova que nem só do sexo feminino se fazem as vítimas de abuso sexual. De resto, os detalhes são os do costume. Adolescente e adulto conhecem-se no Hi5, mantêm contactos no messenger. O encontro com Manuel, 30 anos mais velho, é marcado de livre vontade. Como muitos adolescentes do sexo masculino, a fase era de dúvidas. O apartamento de Manuel, na Madeira, vinha a calhar. Mais privado era impossível. Será? Para Sérgio, era experiência tida, experiência acabada. Mas Manuel não estava pelos ajustes. Começou a chantagem. Ou continuavam a encontrar-se ou divulgava as imagens gravadas enquanto tinham relações sexuais. Manuel acabaria por ser acusado e condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa, por violação. Mais computadores, mais vítimas Os telemóveis já são pequenos computadores e, segundo a Marktest, estão na mão de quase 90% dos jovens entre 10 e 14 anos. Para uma geração que considera o mail uma ferramenta demasiado lenta, nem vale a pena pensar em proibir o uso da Internet. Há sempre a casa de um amigo, um cibercafé ou - pior ainda - alguém que compra os miúdos com carregamentos de telemóvel. Por isso, com ou sem conhecimentos de informática, convém falar com os filhos, quando chega a idade, cada vez mais precoce, de entrar no maravilhoso mundo das tecnologias, defende Manuel Coutinho, 46 anos, coordenador do SOS Criança. 'Se não lhes damos um carro sem terem a carta de condução, também não devemos entregar-lhes um computador com Internet, sem lhes dar informações. São precisas vacinas para as tecnologias. Ensinar os miúdos a protegerem-se.' O que, receia a polícia, não está a acontecer: 'Sete por cento dos abusos sexuais tem origem em crimes informáticos. E o número tenderá a aumentar, porque as novas tecnologias estão cada vez mais presentes', afirma Jorge Duque, 47 anos, inspector-chefe da secção de investigação de crimes de alta tecnologia da PJ. No Porto, o ano passado já foi de boom. 'Até aqui quase não tínhamos casos. Em 2008, chegou-nos uma dezena. A continuar assim, vamos precisar de formação para a equipa toda. Os abusadores descobriram um atalho. Conseguem entrar em casa, sem abrir a porta. E com a entrega de computadores nas escolas, aos 10 anos os miúdos já têm Internet só para eles. Estamos à espera de um aumento de casos', admite a inspectora-chefe da brigada dos crimes sexuais da PJ do Porto, Ana Fernandes, 48 anos. Mesmo que a pedofilia não aumente na razão do número de computadores por criança, este tipo de abusos tem consequências que nem os especialistas estão preparados para enfrentar. 'Uma vítima disse-me que é mais difícil ultrapassar a ideia de que a foto fica lá para sempre do que o facto de ter sido violada', recorda Jorge Duque, para quem há ainda outras preocupações. 'A Internet gera dinheiro. A clientela é global. Há toda uma máquina: angariação, produção, disponibilização. Isto não tem fronteiras.' Ninguém corre riscos só por estar na Internet. Pois não. E tirar o privado do contexto do privado acontece tanto a jovens como a adultos. Mas, para os adolescentes, pode ser a diferença entre o início de uma vida sexual feliz ou traumática. Ou mesmo entre a vida e a morte. NR: Os nomes das vítimas e dos abusadores foram alterados para protecção dos menores.
in VISÃO http://clix.visao.pt/ 10 Fevereiro 2009

CONFAP propõe alargamento da componente de apoio à família no 1.º Ciclo

A possibilidade de nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico funcionar o apoio à família, entre as sete da manhã e as sete da tarde, foi posta em cima da mesa pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).
A filosofia é adequar o horário das escolas públicas às jornadas de trabalho dos pais, libertando-os da necessidade de recorrer aos ATL (Actividades de Tempos Livres) que, ainda por cima, saem muito caros.
De caminho, procura-se pôr a escola pública a funcionar numa lógica de centro escolar, capaz de oferecer terreno seguro para a brincadeira e para aprendizagens alternativas.
Diz o psiquiatra Daniel Sampaio: "O que é preciso é modificar os horários dos pais e não aumentar o tempo de permanência das crianças na escola. Se persistirmos neste modelo, estaremos a criar uma geração de adolescentes como a do Paranoid Park, do Gus Van Sant", ou seja, jovens a arriscar a fronteira da delinquência. Desdramatiza o neuropediatra Nuno Lobo Antunes: "Não antecipo na-da esse cenário. Não creio que a permanência das crianças na escola durante mais tempo vá provocar uma hecatombe ou deitar a perder uma geração. Não sendo a situação ideal, não me parece que as crianças fiquem mal empregues". O Ministério da Educação garante que nada está decidido. "As actividades de enriquecimento extracurricular têm uma comissão de acompanhamento que analisará todas as eventuais propostas que surgirem nesse sentido. Só depois o ministério poderá avaliar e decidir", lê-se na resposta às perguntas colocadas pelo PÚBLICO. E dali não se arranca nem mais uma vírgula. Mas o presidente da Confap, Albino Almeida, garante que o processo está a ser negociado há um ano e está em fase avançada. Para Daniel Sampaio, porém, a equação está posta ao contrário. "A escola não é feita para substituir a família", sustenta. Se persistirmos neste modelo, ou seja, na legitimação da ideia de que os pais não têm tempo para cuidar dos filhos, "estaremos a contribuir para que as crianças se transformem em adolescentes sem regras". Como os do filme de Gus Van Sant. "Não é um bom caminho", insiste, preconizando que os pais - "pelo menos um deles" - tem de poder chegar a casa mais cedo para estar com os filhos, "pelo menos até que estes tenham 15 anos". Uma nova organização social é o que reivindica também a Federação Nacional dos Professores (Fenprof). "Pobres pais e pobre sociedade em que se propõe que as crianças possam ficar doze horas enfiadas numa escola", reage Francisco Almeida, daquele sindicato, para quem o novo Código de Trabalho vem desregular ainda mais o já desregulado mundo laboral na relação que este tem que ter com a família."As bolsas de horas vão permitir que as pessoas possam fazer jornadas de trabalho intensivas durante um período e que compensem depois, o que traz óbvias dificuldades de conciliação do trabalho com a família", acrescentou, pondo-se a fazer contas:"Se uma criança fica doze horas na escola, dorme oito e gasta uma hora ou hora e meia nos transportes não tem tempo nenhum para estar com os pais: se assim for, haverá miúdos que não chegam a deitar-se no colo do pai".Para Nuno Lobo Antunes o ideal seria que fosse diferente. Mas, "num tempo em que para os casais terem um mínimo de qualidade de vida é fundamental a existência de dois salários, e numa altura em que para se ser competitivo no mundo do trabalho tem que se dispor de mais horas do que as que seriam exigíveis, o alargamento do horário das escolas "é uma medida que resulta das necessidades e das circunstâncias do tempo actual". Nada que ameace traumatizar as crianças. "A verdade é que imensa gente frequentou colégios internos, portanto muito mais longe da família, e não me parece que isso lhes tenha tirado capacidade de imaginação ou autonomia", desdramatiza, lembrando que, "em muitos lares, a escola ainda é o espaço mais saudável a que as crianças têm acesso". A professora na Escola Superior de Educação de Coimbra, Lucília Salgado, não anda longe deste raciocínio. "O ideal era que os pais estivessem com as crianças, mas isso é uma utopia no cenário actual de falta de emprego em que as empresas não cedem nada e os pais têm que trabalhar o máximo de tempo possível para conseguirem sobreviver". Portanto, ou as escolas se adaptam ou "muitas crianças ficam ao deus-dará ou a ver televisão, já que a rua há muito que deixou de ser espaço de brincadeira". No cenário actual, o importante é garantir que este alargamento não signifique mais trabalho. "Cinco horas de estudo chegam. O resto do tempo tem que obedecer à regra dos três D's: descansar, divertir e desenvolver", defende Lucília Salgado. Um tempo que "seja de aprendizagem mas com características lúdicas e sem stress escolar". O investigador Manuel Sarmento, do Instituto de Estudos da Criança, também impõe condições ao aumento da permanência na escola. "As actividades têm que ser organizadas pelas escolas, em articulação com as autarquias, e numa lógica de articulação com a comunidade. Por outro lado, é crucial que as crianças tenham autonomia para decidir o que querem fazer e que a supervisão a que ficam sujeitas não esmague as suas possibilidades de desenvolvimento enquanto seres sociais". Segurança Social paga 60 euros por criança nos ATL das IPSS Estado devia aumentar comparticipação para aligeirar factura das famílias com ATL Pelo infantário a tempo inteiro para o filho mais novo, Ana Magalhães paga 86 euros mensais. Se a escola do filho mais velho não tem prolongado o horário até às 17h30, Ana teria que o colocar num ATL (Actividade dos Tempos Livres). "Na altura, perguntei quanto teria de pagar pelo ATL no infantário do meu filho mais novo, que é uma instituição particular de solidariedade social, e disseram-me que o valor médio rondava os 100 euros", conta. Esta mãe de 34 anos trabalhava mas sem descontos. O marido sim, mas os cerca de 700 euros que ganhava davam para pagar a prestação da casa, o infantário do mais novo e pouco mais. "A nossa sorte foi que o meu filho começou a ter aulas até às 17h30 e, aí, o meu marido já passou a poder ir buscá-lo". Não fossem as actividades de enriquecimento escolar, e Ana estaria hoje aflita com as despesas. "No ATL disseram--me que teria ainda de pagar cinquenta euros de seguro de transporte para eles irem buscar o meu filho à escola", recorda. Nos ATL ligados a instituições particulares de segurança social (IPSS), a Segurança Social paga 60 euros por cada criança que ali esteja no período antes ou após as aulas e durante as férias lectivas. O custo de permanência por cada criança naquelas condições para as IPSS ronda os 175 euros, segundo as contas feitas por Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS). E, como cabe a cada família suportar a diferença, o montante a pagar pelos pais aproxima-se da factura média mensal de 100 euros que fora apresentada a Ana. Ao PÚBLICO, o padre Lino Maia reconhece que o recurso a um dos 1078 ATL suportados por IPSS sai caro às famílias. Aliás, "com a crise, há muitas famílias a atrasar os pagamentos", conta. "O que defendemos, e até fizemos um abaixo-assinado, é que os ATL devem ser mais comparticipados pelo Estado para que as famílias não tenham que gastar também". Diz que o Governo não pode, com a abertura das escolas durante mais horas, "desperdiçar todas as estruturas e todo o esforço que as IPSS fizeram ao longo dos anos para apoiar as famílias, substituindo-se ao Estado". Manuel Valente, da ederação Concelhia das Associações de Pais do Porto, discorda. "Se o Estado pagar 30 ou 40 euros por criança directamente às escolas ou às autarquias, poupa dinheiro e nós conseguiremos ocupar muito melhor as crianças", assegurou aquele responsável, para quem o prolongamento dos horários das escolas por oposição ao recurso a ATL externos tem a vantagem de "estar ao alcance de mais crianças". "A minha mãe ia ganhar pouco dinheiro se trabalhasse menos" Há composições coladas na parede que começam todas por "Era uma vez...". Nas janelas, autocolantes coloridos com figuras recortadas. As mesas estão dispostas num quadrado aberto para o quadro de lousa e, espreitando, o que se vê são crianças compenetradas sobre os cadernos. Como numa aula normal. Só que o toque de saída das 17h30 já tocou há um pedaço e esta não é uma aula normal, como vem explicar à porta Zé Guimarães Costa, sete anos de idade e dois de escola: "Estamos no prolongamento a fazer os trabalhos de casa". Na Escola Básica da Vilarinha, no centro do Porto, há vários anos que os pais asseguram, com o apoio da Junta de Freguesia de Ramalde, o prolongamento de horário até às 18h30. Cada pai paga "uma quantia simbólica de vinte euros", como revela a presidente da respectiva associação, Cláudia Barrias. Dá direito a acompanhamento nos trabalhos de casa, aulas de dança, brincadeiras em ambiente seguro e "a um lanche composto por uma peça de fruta, uma sande e iogurte". No ano passado, havia mais actividades. "O karaté custava dez euros por mês e a informática quinze", conta Cláudia. Este ano, "muitos pais desistiram por causa das dificuldades financeiras". Das 180 crianças desta escola, há 50 inscritas no prolongamento. Como o Zé, que explica: "Quando acabo os trabalhos de casa, com a ajuda da professora, também faço desenhos. E também brinco, quando me deixam sair da sala". Preferia ir para casa? "Sim, para ver televisão ou desenhar". Quanto aos pais, "à noite estão sempre muito ocupados". E diz que, claro, gostava de poder brincar mais tempo com eles. Não fosse dar-se a seguinte situação: "A minha mãe é professora de italiano e faz legendas na Casa da Música e ia ganhar pouco dinheiro se trabalhasse menos". Postas as coisas assim, melhor na escola do que em casa, na opinião da irmã, Mariana Guimarães Costa, de nove anos, aluna do 4.º ano e fã incondicional dos prolongamentos. "Só não gosto muito da dança porque a professora faz muito aquecimento. Mas prefiro estar aqui porque não gosto de atrasar os trabalhos de casa e, quando acabamos, se tivermos tudo certo, ainda podemos ir brincar. E eu também gosto de ajudar os meninos mais novos que precisam de mais atenção". A conversa decorre num dos corredores da escola, cheio de cabides em versão mini para os casacos, e a psicóloga Raquel Pinto, que costuma acompanhar os miúdos no prolongamento, assegura que o costume, se acontece os pais chegarem um bocadinho mais cedo, é "eles virarem-se para os pais e pedirem 'Espera só mais um bocadinho que eu quero acabar...". Às sextas é diferente. "Estão mais cansados e por isso é que optamos quase sempre por ver um filme ou, quando está bom tempo, pomos música lá fora e ficamos a dançar com eles". No vaivém do corredor, passa Jorge Oliveira Sousa, de 56 anos, avô de "uma neta de oito e um neto de quatro". Estão ambos no prolongamento. "Concordo com a ideia desde que as escolas tenham um registo da efectiva necessidade de os miúdos ficarem até mais tarde", responde. Depois, com mais ênfase: "As escolas não são depósitos de miúdos e não existem para facilitar a vida aos pais que querem ir ao cinema ou às compras". Portanto, "o importante é que não se caia no abuso". Agora, se a medida for encarada como uma situação de apoio a necessidades reais das famílias, "cem por cento de acordo". Está ele e está Eduarda Moreira, de 47 anos, consultora de sistemas de informação e mãe de um miúdo que se apressou a entrar no carro. "Às vezes ele fica cansado, mas, com esta última hora, ele já leva os trabalhos de casa feitos - o que é bom - e vai convivendo com os outros miúdos, fazendo coisas no computador. Não é só trabalhar". Não houvesse prolongamento nesta escola, ATL (Actividades de Tempos Livres) com ele. "Das duas uma: ou não nos exigem tanto em termos de trabalho, e permitem-nos horários mais leves, ou arranjem-nos outras soluções". O raciocínio aplica-se também às férias. No caso da Vilarinha, há campos de férias organizados pela junta de freguesia, sempre com a escola a servir de base: os almoços e o lanche fazem-se em recinto escolar. "Decorrem das 9h às 18h30. Nas férias grandes, é desde o dia 20 de Junho até 31 de Julho e depois, novamente, a partir do dia 1 de Setembro", calendariza Cláudia Barrias. "Os pais pagam trinta euros por semana, com direito a várias actividades e visitas", explica a representante dos pais, para concluir: "Estes campos são óptimos, até para os meninos que vêm para o primeiro ano e têm oportunidade de conhecer os cantos à casa e os miúdos mais velhos antes de arrancarem as aulas".
PUBLICO - 07.02.2009, Natália Faria

Informação importante sobre o MAGALHÃES

MATERIAL DE INFORMAÇÃO PARA PAIS E MÃES
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Pedagogos internacionais condenam computadores na educação infantil

O mundo da pedagogia continua em busca ávida de soluções remediativas adaptadas aos tempos. Por último tivemos uma educação dedicada ao hediondo culto da raça, que em Portugal encontrou expressão, durante o período totalitário fascista, na famigerada "Mocidade Portuguesa" decalcada da Juventude Hitleriana da Alemanha nazi. Agora, apesar dos vastos conflitos puramente humanos que afligem a classe docente, tenta-se uma solução electrónica-totalitária para o ensino: a distribuição em massa de 500.000 minicomputadores "Magalhães" (na realidade, um plagiato do projecto visionário da OLPC Foundation, usando uma versão modificada dos minicomputadores "Classmate" americanos da Intel) por todo o ensino básico. O empreendimento foi anunciado como uma "revolução para a educação em Portugal" e um projecto "sem igual no mundo", sendo que a máquina é apresentada como autêntica janela para o futuro e para a vida das novas gerações. Esta experiência não possui entretanto qualquer qualificação pedagógica prévia, e numerosas realidades acerca dos seus efeitos catastróficos para um saudável desenvolvimento das crianças nos primeiros anos escolares permanecem desconhecidas para pais, professores e o grande público. O tema já foi estudado em profundidade em inúmeras universidades e comunidades educativas em todo o mundo, revelando resultados assombrosos.

Em Nova Iorque, conforme foi descoberto que muitos alunos estavam a usar os seus minicomputadores para enviarem para os seus camaradas de classe soluções para exames, ou descarregarem filmes pornográficos, e até interferirem perturbadoramente no comércio local, foram apertadas as medidas de proibições internéticas. Mas rapidamente as crianças conseguiram contornar as proibições técnicas elementares, e ainda publicaram na internet o método para outras fazerem o mesmo.

Além disso, em dias de provas, a rede de internet sofria colapsos por causa dos milhares de alunos que tinham os olhos cravados em seus mini-ecrãs. Assim, a exemplo de muitas outras escolas, as autoridades decidiram recolher as máquinas, devido a demonstrarem ser uma decepção educacional.

Outras autoridades atestaram que após setes anos não havia qualquer evidência de um impacto positivo sobre o rendimento escolar, sendo que os computadores tinham provocado sobretudo uma dispersão para a aprendizagem. O abandono dos computadores durante trabalhos escolares e o crescente uso abusivo para fins particulares, mais a insuficiente preparação dos professores e os enormes encargos financeiros, forçaram por fim os próprios professores a boicotar o seu uso. Também um estudo do Departamento Nacional de Educação dos EUA demonstrou que não havia diferença no sucesso académico entre estudantes que anteriormente usaram, ou não, programas computerizados para a aprendizagem das disciplinas mais críticas: a matemática e a leitura.

Uma pesquisa realizada pelos Drs. Clotfeiler, Ladd e Vigdor, da Harvard University, entre quase 1 milhão de alunos, revelou que os melhores resultados em matemática e leitura foram alcançados por crianças que não tinham acesso a computadores em casa. Entre alunos com computadores, o acesso à internet não revelou quaisquer benefícios adicionais. Além disso, os resultados indicaram que o acesso livre a computadores em casa resultaria contra-produtivo para os esforços de reduzir as disparidades raciais, sociais e económicas entre os alunos.

Uwe Buermann, colaborador científico do Instituto Ipsum e docente de Ciências Computacionais em Kiel, sublinhou que os meios electrónicos presentes na vida de uma grande parte da população infantil são cada vez mais ingenuamente considerados pelos pais como brinquedos, tornando-se assim algo que as crianças podem usar a bel-prazer. Conforme elas mostram depois uma aparente habilidade superior à dos adultos para lidar com semelhantes "brinquedos", muitos pais e educadores ficam confortados e deixam de interessar-se pelos seus efeitos negativos, imaginando que são coisas inofensivas e infantis. Entretanto, inúmeros estudos rigorosos já atestaram que o convívio prematuro de crianças em idade primária com computadores e tecnologias de comunicação, impede de maneira notável o desenvolvimento de muitas capacidades e habilidades, sendo precisamente essas crianças que posteriormente sofrerão de uma limitação nas suas chances pessoais e profissionais, ficando dependentes para o resto da vida.

Nas escolas, cada vez mais crianças mostram debilidades do tipo Distúrbio de Hiperactividade e Défice de Atenção (DHDA). A neurobiologia já atestou que em numerosos casos trata-se de danos psicológicos e orgânicos derivados do consumo de meios electrónicos na primeira fase da infância. A frase "Os computadores ensinam as crianças a lidar com computadores" é muito popular entre os apóstolos pró-digitais, mas imaginar que isto já constitui uma preparação para a vida constitui uma ilusão bastante elementar. O que as crianças em idade pré-pubertária realmente aprendem com os computadores é a mera manipulação dos mesmos, o que não deve ser confundido com uma competência medial. Uma verdadeira competência medial exige suficiente capacidade de auto-avaliação para o uso individual de qualquer aparelhagem, mais uma criatividade bem desenvolvida, e ainda um saudável discernimento crítico acerca dos conteúdos – coisas que as crianças só alcançam mais tarde.

Na Universidade de Munique, um estudo sobre o meio-ambiente computacional familiar e escolar, realizado pelos Drs. Fuchs e Woessmann com o patrocínio da Volkswagen, concluíu que a mera presença de um computador em casa está negativamente relacionada com o rendimento escolar. A existência de computadores na escola demonstrou uma relação insignificante com o desempenho geral dos alunos. A disponibilidade da internet na escola mostrou inicialmente algum efeito, mas o mesmo degradava-se rapidamente conforme aumentava o número de visitas internéticas por semana. O estudo veio confirmar anteriores pesquisas internacionais que já haviam determinado resultados decepcionantes para os computadores, em termos de rendimento educacional. Os autores acabaram por concluir que, onde quer que os computadores sejam aplicados para substituir outros tipos de instrução, quem sai prejudicado é o aluno.

Entre muitos pais e educadores, espalhou-se a crença de que deixar crianças em frente de qualquer aparelho de televisão, vídeo, etc. contribuirá pelo menos para torná-las mais aptas para lidar com computadores e outros aparelhos, quando mais tarde entrarem para a escola. Os Drs. Zimmerman e Christakis, da University of Washington, atestaram pelo contrário que as populares séries de vídeos infantis estão a fazer mais mal do que bem, especialmente para crianças com dificuldades de desenvolvimento da linguagem. As crianças sofrem um efeito exactamente inverso, deixando de aprender novos vocábulos. Esse resultado negativo, mesmo quando os programas vêm apresentados como educativos, foi verificado também na Faculdade de Medicina da University of New Mexico. Os pesquisadores emitiram uma condenação categórica: a exposição prematura de crianças a programas audiovisuais só pode produzir o aparecimento de uma geração de crianças hiper-estimuladas e posteriormente deficitárias em termos de concentração.

Na Universidade Tufts de Massachusetts, o Dr. Elkind estudou durante muitos anos o desenvolvimento de crianças, verificando que a habilidade lúdica (brincadeiras e divertimentos naturais) está simplesmente a desaparecer, sob o efeito conjugado de meios electrónicos e actividades sedentárias, e ainda uma crescente pressão dos educadores para que alunos do nível básico mostrem cada vez mais rapidamente resultados de cariz académico. Para milhões de crianças, a infância passou a designar um período da vida confinado a quatro paredes. Até jardins de infância estão a ser cada vez mais transformados em verdadeiras escolinhas academificadas, onde as crianças são prematuramente tratadas como mini-adultos, sendo até submetidas a testes elementares e recebendo tarefas para casa.

"Os efeitos sobre a posterior vida escolar e académica são desastrosos. Ao lidar com ciências e matemática, por exemplo, as crianças sentem-se mais tarde empobrecidas em termos de imaginação e criatividade", comentou o Dr. Elkind. Também o Dr. Bob Marvin, na University of Virginia, salientou que décadas de pesquisas já demonstraram que as brincadeiras e as puras vivências fora das salas de aula são aquelas que colaboram mais decisivamente para as futuras habilidades académicas adultas, e para uma competência de aprendizagem para o resto da vida.

No Depto. de Ciência de Computação da Universidade de São Paulo, o Dr. Valdemar Setzer vem estudando há muitos anos o tema dos Meios Electrónicos e Educação (ver o interessantíssimo livro com o mesmo título, ISBN 8586303917). Consultado acerca do projecto Magalhães, ele declarou que semelhante medida resultará quase só inútil, ou altamente prejudicial para crianças e adolescentes. A distorção introduzida no modo de pensar, aliada aos factores mais comumente discutidos, como a perda do tempo para actividades livres, os perigos da internet, e a falta de um auto-controlo que só se alcança mais tarde, acabam por prejudicar o rendimento escolar. Durante a última Multiconferência Mundial sobre Sistemia, Cibernética e Informática ele referiu como a totalidade do mundo educativo, a nível internacional, está hoje carente de uma profunda reforma, reforma essa que deve instituir uma intensificada humanização, e não a introdução de cada vez mais tecnologia.
O tema pode ser consultado em "www.ime.usp.br/~vwsetzer/pals/palestras" que contém extenso material em língua portuguesa.

O que está em causa não é só a perda da habilidade de escrever à mão, ou a necessidade de milhões de crianças em breve terem que usar óculos para compensar a deterioração da visão. O fenómeno do uso irrestrito de meios electrónicos entre as crianças na fase pré-pubertária equivale a uma verdadeira deturpação do nosso universo infantil, uma vez que os imensos danos psíquicos e orgânicos provocados a longo termo ocorrem precisamente durante os delicados primeiros passos da formação das almas infantis, prejudicando-as definitivamente no seu desenvolvimento harmónico e saudável. Conforme o Dr. Setzer comentou com palavras rigorosas e desabridas: "Isto só poderá levar ao aparecimento de adultos anti-sociais, com ideias fixas, passivos, fanáticos e pobres em forças de compaixão e criatividade".

EFEITOS

Os efeitos complexos comprovadamente perniciosos que os meios electrónicos exercem indelevelmente sobre as almas infantis durante o septénio pré-pubertário são:

(1) Inducão de uma admiração desmesurada por máquinas, conforme o complexo funcionamento dos computadores permanece incógnito.

(2) Estímulo para a ideia que máquinas dotadas de "inteligência artificial" podem em muitos casos ser mais perfeitas do que seres humanos.

(3) Cultivo de uma concepção materialista do mundo, com uma visão fatalística da humanidade e da vida, do tipo "tudo é previsível e programável".

(4) Inclinação para uma estratégia de vida baseada na fé computacional de "dividir para conquistar", ou seja, subdividir sempre um problema em partes menores, a fim de resolvê-las separadamente – o que resulta desastroso quando aplicado a seres humanos.

(5) Deterioração dos valores de sociabilidade, uma vez que os computadores são usados individualmente e os contactos – via internet, blogues, skype, emails, etc. – permanecem sob a máscara cibernética.

(6) Provocação de impulsos tendentes a realizar tudo na vida rapidamente e com variadas acções em simultâneo.

(7) Debilitação das capacidades de concentração mental, contemplação e paciência.

(8) Degeneração da memória e distorção da capacidade do pensamento criativo, conforme deixa de ser necessário memorizar o que é facilmente arquivável em gigantescas memórias electrónicas.

(9) Incitamento à utopia de "aprender é fácil como brincar", devido à generalizada concepção infantilóide (por adultos) dos softwares.

(10) Eventualmente degeneração de funções neurocerebrais, devido à constante exposição a campos electromagnéticos nas proximidades da cabeça.

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Apenas com estes breves dados, pais conscienciosos já estarão habilitados a repensar o uso pretendido para aparelhos electrónicos na educação das suas crianças em idade pré-pubertária. É útil também lembrar a autoridade que pais detêm em assuntos de educação, conforme está lapidarmente estabelecido em dois documentos internacionais fundamentais:

– A Declaração Universal dos Direitos Humanos, co-assinada por Portugal junto à ONU, estabelece no artigo 26/3: «Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos».

– A Convenção de Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, co-assinada por Portugal junto ao Conselho da Europa, estabelece no artigo 2 do protocolo: «O Estado, no exercício das funções que tem de assumir no campo da educação e do ensino, respeitará o direito dos pais a assegurar aquela educação e ensino consoante as suas convicções religiosas e filosóficas».

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Informações completas emwww.defesadacrianca.net

Relatório da Escola Segura sobre Segurança Escolar - Ano Lectivo 2007/08

Foram divulgados, no dia 20 de Março, os dados relativos à segurança escolar do ano lectivo 2007/2008, que aqui disponibilizamos. No mesmo dia, o Ministério da Educação anunciou várias medidas para combater a indisciplina e a violência nas escolas, tais como, o alargamento do universo das escolas TEIP, as quais beneficiam de um reforço de recursos e acompanhamento; auditorias às escolas que tenham tido mais de 50 ocorrências; realizar protocolos com a Procuradoria Distrital de Lisboa e a do Porto, para estabelecimento de canais de comunicação das queixas-crime que resultem de ocorrências de violência nas escolas.


Neste conjunto de medidas também se incluem a adjudicação do concurso de videovigilância e o reforço da articulação de intervenções, como as que decorrem de um sistema de observação mais eficaz. Foi anunciado que o Conselho de Ministros, finalmente, aprovou o estatuto legal dos reformados que asseguram vigilância escolar.

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A nova geração de crianças em Portugal. A Geração Net.


A nova geração de crianças em Portugal. A Geração Net.
A actual geração de crianças entre os 6 e 12 anos em Portugal tem características muito próprias. A nova geração não é sequência das anteriores. Será, provavelmente, umas das poucas gerações que ensinam os pais e professores (principalmente na utilização da tecnologia) que, por sua vez, aceitam com agrado, estes ensinamentos. Diferentes investigadores (entre outros Tapscott e Feather) encontram traços distintivos na caracterização desta geração, a Geração Net: são crianças mais independentes, autónomas e maturas; têm uma maior abertura emocional e intelectual e facilidade em socializar; permitem-se uma maior liberdade de expressão, têm mente aberta e confiança; gostam de investigar e inovar. Estas características são comuns às crianças portuguesas conforme verificado por estudos realizados no âmbito do Projecto Fórum da Criança, que nos últimos quatro anos realizou entrevistas pessoais com crianças do primeiro ciclo.
O Projecto Fórum da Criança verifica as características das crianças no seu dia a dia e nas relações com a tecnologia. A televisão continua a ter uma grande importância na vida das crianças, mas ao contrário da Internet não é interactiva, não permitindo uma comunicação continuada. As crianças levam para casa as ideias que recolheram durante o dia e aprofundam-nas através da busca na Internet. Estas ideias podem ser a pesquisa para os trabalhos da escola, participar no concurso promovido por uma marca e comunicado na TV, ouvir e fazer o download de uma música, entre outras.
Os programas de televisão têm um princípio e um fim, a Internet não. A Internet tem a capacidade de dar continuidade aos estímulos recolhidos em diferentes locais, permitindo um maior e continuo conhecimento dos mesmos. As crianças portuguesas movem-se em diferentes contextos, de tecnologia (televisão, internet, outros) e não tecnologia (andar de bicicleta, jogos ao ar livre, escola, outros) e caracterizam-se por interagir mais com mundo, sendo que as marcas podem estar mais presentes, durante mais tempo e em mais locais.
Estando presente em mais meios e novos locais, as marcas ganham novas possibilidades de se tornarem relevantes. Já existem sites de marcas para crianças que disponibilizam conteúdos relevantes, como jogos e informação que permitem uma melhor aprendizagem. As crianças têm vivências diferentes durante semana e ao fim-de-semana.
Durante a semana o tempo disponível (fora da escola) é principalmente dispendido nos trabalhos de casa, interacção com a família, ver televisão e acesso reduzido à Internet. Nos fins-de-semana o tempo disponível é maior, razão pela qual a tecnologia é mais utilizada, mas também as actividades de lazer fora de casa.
Uma das principais características da Geração Net é a sua vontade de conhecer, sendo que são desde muito cedo incentivadas a pesquisar (na escola é cada vez comum a pesquisa como instrumento de estudo). As novas tecnologias permitem uma pesquisa fácil e o acesso a um elevado volume de informação. As crianças gostam de pesquisar, sendo possível afirmar que existe a aquisição de competências através da pesquisa activa. O conhecimento resultante da pesquisa, ou o simples facto desta pesquisa ser hoje normal e necessária, introduzem alterações substantivas no processo de decisão. Séries como os Morangos com Açúcar obtiveram resultados inigualáveis. As crianças não perdem um único episódio.
É possível inferir que este sucesso se deve à afinidade entre a vida real das crianças (ir à escola, onde há amigos e professores) e o conteúdo da série. O conceito de simultaneidade de vidas é relevante. Nas lógicas de rede existem imprevistos. Nunca há repetição, se perder agora este episódio, esta aventura, não a posso ver mais.
A nova geração de crianças dá importância ao momento. As crianças não querem perder os momentos que lhes são relevantes. Utilizando os diferentes meios de comunicação hoje disponíveis e entendendo os diferentes contextos em que as crianças se movem, as marcas podem desenvolver conteúdos relevantes para cada momento de vivência, conseguindo obter desta forma, uma comunicação relevante e continua com este grupo.
A opinião das crianças è cada vez mais importante nos processos de decisão de compra familiar. A vida das crianças é cada vez mais transversal aos diferentes meios de comunicação e contextos onde interagem com o dinheiro (no banco, na escola, no jardim, na Internet, outros). As marcas procuram entender como se estabelece a relação entre crianças, poder de decisão e conhecimento do dinheiro, para poderem ser prescritas por esta nova geração.
As marcas fazem parte integrante, e por direito próprio, do sistema de referência que gera sociabilidade. As marcas quando se equivalem a outras personagens e imaginários, que não só a marca, ganham legitimidade para criar valor. Ao desenvolver valores e imaginários, as marcas estão a cumprir o seu destino, ultrapassando o apenas valor de marca produto, passando a ser marca com valor para a vida. Esta nova geração dá valor às marcas que realmente se preocupam em criar valor para a vida, através de produtos relevantes, e preocupação real, com os seus utilizadores e com o mundo.
A utilização consistente e continuada dos diferentes meios de comunicação, nos diferentes contextos e nos momentos correctos, para o envio de mensagens que traduzam valores para a vida, é de elevada relevância para as marcas. As crianças revelam um gosto generalizado por personagens. Tanto gostam da Matilde e do Tiago (Morangos com Açúcar) como dos Power Rangers ou do Cristiano Ronaldo. As novas tecnologias permitem o aparecimento de novas personagens globais, entendidas como reais. Qualquer personagem (real ou fictícia) pode ser rapidamente massificada. A existência de mais personagens e meios de comunicação globais, que permitem a massificação das mensagens, originam que as diferenças entre pessoas reais e actores ganhem novos contornos.
Torna-se mais difícil identificar o que realmente é real. Tudo pode ser real. As marcas têm a oportunidade de criarem ou identificarem novas personagens, fictícias ou reais, que possam comunicar de forma efectiva com os seus consumidores, de forma transversal nos diferentes meios, contextos e momentos. Esta é a uma nova realidade que pais e educadores têm que aceitar e saber como lidar. Sendo inevitável a relação, cada vez maior, das crianças com as marcas e a publicidade, torna-se imprescindível ensinar à nova geração como deve interpretar os estímulos de comunicação com que se cruza todos os dias, permitindo-lhes distinguir, devidamente, “o trigo do joio”.
Doutor Georg Dutschke

DOCUMENTOS DA APEE - AFGC

LIVROS NEE




Associação de Pais e Encarregados de Educação

RECOMENDAÇÕES DA GRIPE A

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