terça-feira, 21 de abril de 2009

Escrever! Sim, mas…

Carla Marques*

As actividades em torno da escrita reúnem um consenso que ultrapassa os limites da disciplina de Português. Todos os professores, independentemente da sua área de especialização, reconhecem a importância do desenvolvimento desta competência para a formação do aluno enquanto cidadão integral e responsável. Porém, não é sobre os princípios que aqui reflectimos, mas sobre as práticas. O espaço real da sala de aula ensinou ao professor de Português que a aprendizagem da escrita se depara com dificuldades de variadíssima ordem que acarretam questões de difícil resposta. Entre elas encontra-se uma que tem, no actual panorama escolar, independentemente dos níveis ou dos ciclos de ensino, uma actualidade inquestionável: como conciliar o desenvolvimento reflectido e efectivo da competência de escrita com a presença insinuante das TIC e a tentação do que se poderia designar por copiar-colar?
Cada processo de escrita que ocorre fora do olhar do professor sofre, ou potencialmente pode sofrer, a tentação das inúmeras ofertas disponíveis no mundo virtual: os relatórios, as narrativas livres, as entrevistas, as biografias, os resumos, as sínteses, os textos argumentativos… uma imensidão de escritos que, de forma alguma, se poderá controlar, conhecer, identificar. Reconheçamos, porém, que estes perigos do “copiar-colar” não são de agora.
Recordo o episódio de uma aluna que apresentou ao professor a biografia de um escritor integralmente copiada, à mão, porque noutros tempos estávamos, de uma longa e pormenorizada enciclopédia, assinando no final, como se o denso trabalho a si se devesse. Situação que tantas vezes se repete, com os mais diversos cambiantes. Aquelas tentações não são de agora, não! Sim, mas… eliminamos as TIC da aula de Português, regressamos de novo à “ardósia” e ao “giz”?
A História em geral, tal como a História da Educação em particular, têm-nos mostrado que os excessos têm tendência a conduzir posteriormente a momentos de equilíbrio. São estes que procuramos no actual contexto. Todos nós. Não tendo soluções à vista, não resisto, todavia, a partilhar uma muito nova experiência no mundo dos portefólios virtuais, os ditos webfólios. (leitura integral)* Carla Marques - Mestre em Linguística e doutoranda na mesma área. É autora de várias publicações de carácter didáctico e de carácter linguístico. É docente na Escola Secundária/3 de Carregal do Sal.
in CORREIO DA EDUCAÇÃO

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